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O cenário das queimaduras no país
 
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26/11/2012

O cenário das queimaduras no país

Todos os anos, pelo menos um milhão de pessoas são vítimas de queimaduras no Brasil, sendo que dois terços deste total envolvem crianças

Todos os anos, pelo menos um milhão de pessoas são vítimas de queimaduras no Brasil, sendo que dois terços deste total envolvem crianças. De forma objetiva, os dados parecem dramáticos, mas se revelam ainda piores se considerarmos as seqüelas vitalícias deixadas por estes traumas, tanto no âmbito estético quanto funcional, dificultando a aprendizagem e a inserção laboral e, muito comumente, levando à exclusão social.

A Sociedade Brasileira de Queimaduras, que tem sede em Florianópolis, assumiu uma série de compromissos para reverter este quadro: lançou campanhas para a prevenção de acidentes que provoquem queimaduras; vem capacitando as equipes de Emergência ou postos de saúde – pois o prognóstico está diretamente associado à forma como foi prestado o primeiro socorro -; criou uma Especialização na área junto à Escola Paulista de Medicina e com apoio do Instituto Pró-Queimados; tem lutado pela ampliação do número de Unidades de Queimados no país e por uma Lei que ofereça aos sequelados de queimaduras benefícios similares aos de um deficiente físico.

A lei que institui o dia 6 de junho como Dia Nacional de Luta Contra as Queimaduras, que data de 2009, levou 10 anos tramitando. O próximo, e urgente passo, é que o Congresso aprove uma legislação condizente com a realidade, que reconheça as marcas vitalícias deixadas no corpo e na vida de uma vítima de queimadura grave, que garanta um atendimento com formato eficiente, capaz de devolver a este paciente a sua auto-estima e capacidade laboral. Que compreenda, conforme vem defendendo com especial ênfase a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras, a cirurgiã pediátrica Maria Cristina Serra, a importância de um primeiro atendimento especializado e multiprofissional.

Apesar de toda a tecnologia vigente, os resultados do tratamento para queimaduras graves, sejam elas provocadas por chamas, eletricidade ou produtos químicos, continuam muito limitados. O que só reforça a relevância dos cursos de Normatização que a SBQ tem promovido em todo o país. Quanto mais correto for o diagnóstico, com um profissional capaz de avaliar a gravidade da lesão, com um encaminhamento pertinente, com um trabalho em grupo, já que até mesmo a forma como o paciente é posicionado na cama pode mudar o destino do tratamento, maiores as chances de recuperação. E esse compromisso os gestores de saúde precisam assumir, garantindo a participação de quem atua em Emergência hospitalar, SAMU e postos de Saúde em cursos de Normatização do atendimento a queimados.

Também cabe ao poder público criar novas unidades exclusivas para queimados com atendimento de alta complexidade oferecido pelo SUS. Do planejamento inicial do Ministério da Saúde, que estimava uma necessidade de 68 centros, temos 45 em atividade no país. Faltam 23. Sendo que nove estados não contam com nenhum serviço público exclusivo para queimados, como é o caso do Rio Grande do Norte, Piauí, Rondônia, Amapá, Mato Grosso, Amazonas, Roraima e Maranhão.

Além do socorro adequado nas primeiras 24 horas, do atendimento especializado, do suporte aos pacientes com seqüelas, não podemos nos furtar da questão prioritária neste universo: a prevenção. O descuido dura um instante. As marcas, toda a vida! Por isso, pais, educadores e a sociedade em geral precisam fazer sua parte na disseminação deste tema, alertando sobre os riscos, em especial, do álcool líquido. Em fevereiro de 2002, quando uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, proibiu a venda de álcool líquido para uso doméstico, o número de internações no Hospital Infantil Joana de Gusmão, que é referência no atendimento a crianças queimadas para Santa Catarina, caiu em média 30%. Com a venda do álcool líquido liberada, cabe a nós, cidadãos, fazermos nossa parte, evitando o contato das crianças com esse produto inflamável. A prevenção às queimaduras é um direito da infância e um dever de cada adulto.

 

Dr. Dilmar Leonardi - Cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras

 

 


Autor: Dr. Dilmar Leonardi
Fonte: Ana Lavratti - Assessoria de comunicação

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