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Remédio para emagrecer pode provocar síndrome
 
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10/12/2012

Remédio para emagrecer pode provocar síndrome

Os efeitos colaterais, embora não sendo sérios, são no mínimo incômodos

Orlistate

O fármaco orlistate, o mesmo princípio ativo do xenical ou alli, indicado no tratamento da obesidade, altera o perfil dos ácidos graxos do organismo humano.

A longo prazo, isso pode levar a uma síndrome caracterizada por esta deficiência.

O orlistate diminuiu a absorção dos ácidos graxos.

A substância promoveu ainda alterações no nível de ácidos graxos essenciais (aqueles que o organismo não consegue produzir) e outros metabólitos como o lactato (produzido após a queima de glicose para o fornecimento de energia, sem a presença de O2).

Finalmente, foi detectada uma ligeira redução de cálcio no organismo das pacientes investigadas.

O estudo foi realizado por Thiago Inácio Barros Lopes e Anita Jocelyne Marsaioli, na Unicamp.

Ácidos graxos essenciais

Os ácidos graxos essenciais são blocos construtores de lipídios para todas as células do corpo, pois exercem funções como produção de energia, aumento do metabolismo e crescimento muscular, transporte de oxigênio, crescimento normal celular e regulação hormonal, entre outras.

Com sua queda, as pessoas ficam mais sujeitas ao aparecimento de síndromes.

O pesquisador reconhece que a perda de peso com o orlistate é modesta. Em geral, perde-se de três a seis quilos ao ano, quando em conjunto com a dieta, o que é muito menos que a expectativa dos pacientes obesos.

Outro gargalo é que os efeitos colaterais, embora não sendo sérios, são no mínimo incômodos, visto que o usuário do medicamento terá que lidar com incontinência e urgência fecais, dificultando a ida ao trabalho ou à escola.

Suplementação de nutrientes

Essa droga age no sistema digestivo impedindo que a gordura consumida seja absorvida pelo organismo e traga ganho de peso. Ela foi descoberta na década de 1990 e bloqueia a absorção de até 30% das gorduras ingeridas por meio da inibição da enzima lipase, responsável pela digestão das gorduras.

"O seu mecanismo de ação, já que não é absorvido sistemicamente e atua só no trato gastrointestinal como inibidor de lipases gástricas, realmente está correto", admite Thiago.

O estudo mostrou que a alteração no perfil lipídico de ácidos graxos, criada pelo orlistate, é similar à que ocorre com a dieta de restrição, onde o nível de gordura diminui.

Apesar disso, Thiago assinala que esse problema pode ser facilmente resolvido com a suplementação de nutrientes e com medidas para conter a diminuição do nível de cálcio. 


Autor: Redação com informações do Jornal da Unicamp
Fonte: Diário da Saúde

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