A terapeuta ocupacional Danielle Aline Barata Assad desenvolveu um equipamento que auxilia pessoas que sofreram acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico ou até mesmo idosos e demais pacientes com área motora comprometida.
A novidade é uma barra de apoio modular removível elaborada para ser aplicada ao lado de camas e vasos sanitários. O objeto auxilia na sustentação de quem levanta, fornecendo apoio para as mãos neste movimento. "Sem a barra, a pessoas, geralmente se apoiam nos móveis ou pedem para algum familiar levantá-las. Então, elas acabam tendo que ter sempre alguém por perto pra fazer o movimento. A barra é desmontável e, por isso, se adapta ao tamanho do ambiente em que será colocado," afirma a pesquisadora.
O equipamento foi desenvolvido pensando principalmente na população de baixa renda. " As barras que eu pesquisei têm que ser chumbadas na parede" , conta a terapeuta ocupacional. Durante sua trajetória acadêmica, ela percebeu que muitas vezes estas pessoas vivem em casas alugadas ou emprestadas e os donos não permitem fixar estes objetos. Além disso, outro problema é que as barras disponíveis no mercado são vendidas em tamanhos que não se adaptam à disponibilidade de espaço de suas casas.
Outro detalhe importante é o modo de se remover a base do objeto do chão. A nova barra é fixada por um adesivo termoreversível, constituído de cera de abelha, parafina e breu. Por isso, basta apenas o aquecimento de um secador de cabelo, por exemplo, para ela se desgrudar do chão. Na etapa de desenvolvimento, Danielle teve de optar entre a fixação por ventosas ou por este composto. A implantação de ventosas foi descartada porque esta peça exige superfícies lisas para grudar.
Desenvolvimento do objeto
Toda a idealização do produto final foi feita baseada em um questionário, aplicado a 100 voluntários no início da pesquisa. As respostas indicaram que os locais de maior necessidade deste apoio eram o banheiro e o quarto.
Depois desta etapa, foi realizada uma pesquisa com base nas normas estabelecidas para o desenvolvimento de barras de apoio. A escolhida foi a NBR 9050, que normatiza a acessibilidade de edificações e indica medidas e materiais com os quais pode ser feito o produto.
A outra fase da pesquisa consistiu na escolha dos materiais, de acordo com sua disponibilidade no mercado, preço e respeito à norma. " Verificamos que o alumínio atendia às nossas necessidades."
O trabalho foi resultado do mestrado pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia, uma parceria entre a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), todas da USP.