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Gravidez após o câncer
 
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27/03/2019

Gravidez após o câncer

Questões de qualidade de vida como a preservação da fertilidade são cada vez mais valorizadas

Nas duas últimas décadas tem-se assistido a um aumento significativo das taxas de sobrevida dos doentes com câncer, particularmente no que diz respeito a neoplasias que afetam crianças e adultos jovens. Consequentemente, questões de qualidade de vida como a preservação da fertilidade são cada vez mais valorizadas.

Um em cada 570 indivíduos com idades entre os 20 e os 34 anos sobreviveu a um câncer diagnosticado na infância ou adolescência, e vários estudos têm demonstrado a importância dada pelos sobreviventes à possibilidade de maternidade e paternidade biológicas.

Na abordagem de pacientes que desejam prole após terem se curado de um câncer, há duas questões que emergem: A gravidez é segura para a mulher? A gravidez é segura para a prole?

Quanto à segurança da gravidez para a paciente, existem duas considerações iniciais. A primeira é qual o risco da recorrência do câncer. Muitas mulheres preferem não gestar se o risco for alto. A segunda é quanto ao possível impacto negativo de uma gravidez sobre o câncer. Os dados disponíveis atualmente não indicam um aumento do risco de recorrência da doença nas que engravidam após o câncer. Isto é válido mesmo naquelas com cânceres sensíveis aos hormônios, como o de mama. Uma recente meta-análise de 14 estudos demonstrou que as que engravidaram após o câncer de mama melhoraram a sobrevida global em comparação às demais.

Os medicamentos quimioterápicos, apesar de sua essencial função em alguns casos, podem ser bastante nocivos e apresentam risco de danos ao coração para cerca de 10% dos pacientes. A toxicidade cardíaca a longo prazo poderá complicar uma gravidez futura, por exemplo, em mulheres com história de irradiação torácica prévia ou de terapêutica com antraciclinas. Elas deverão ser avaliadas do ponto de vista cardíaco previamente à concepção.

O maior estudo de seguimento de pacientes que foram previamente tratados para câncer é o Childhood Cancer Survivor Study (CCSS) com mais de 20.000 indivíduos que sobreviveram ao câncer na infância. O trabalho comprovou que não houve diferenças aparentes nos riscos de anomalias congênitas, de defeitos de um único gene, ou de anormalidades citogênicas em sobreviventes de câncer na infância, independentemente do tipo de tratamento prévio. A descendência dos sobreviventes não tem risco aumentado de câncer, a menos que o câncer do progenitor se integre numa síndrome hereditária, como a Retinoblastoma.

O estudo CCSS também demonstrou que os parceiros do sexo masculino que receberam tratamentos de câncer na infância não tiveram resultados adversos da gravidez. Já as mulheres que receberam tratamentos de câncer infantil que, especificamente, receberam radiação pélvica tiveram descendentes que eram mais propensos a ser prematuros. Receber doxorrubicina ou daunorrubicina aumenta o risco de baixo peso ao nascer, independentemente da radiação pélvica.

No manejo da gestação em pacientes com histórico de câncer não há necessidade de uma abordagem de alto risco para potenciais complicações. Como mulheres que receberam radioterapia pélvica apresentam maior risco de complicações, sugere-se, além dos exames de rotina, uma ecografia com aproximadamente 18 semanas de gestação, para avaliação da placenta, do feto e do comprimento do colo uterino. Além disso, outra ecografia com 28 semanas é recomendada para avaliação do crescimento fetal.

A amamentação após o tratamento do câncer de mama parece ser segura e viável. O aleitamento materno é mais bem-sucedido na mama contralateral (mama não tratada), mesmo entre as mulheres que se submeteram à cirurgia conservadora da mama. A produção de leite da mama contralateral (não tratada) não é afetada após cirurgia da mama e tratamento radioterápico. Embora muitas mulheres permaneçam capazes de produzir leite da mama tratada, a quantidade de leite é normalmente reduzida. Além disso, a amamentação da mama irradiada não é aconselhável porque a mastite (infecção/inflamação da mama) será difícil de tratar, se ocorrer.

Descobrir um câncer é sempre um choque na vida de qualquer pessoa. Quando se trata de uma mulher que ainda não tem filhos, a doença assusta ainda mais, pois gera muitas dúvidas em relação à possibilidade de engravidar após o tratamento. A gravidez é um momento mágico na vida de todas as mulheres e pode ser possível mesmo após o tratamento de um câncer.


Autor: Andressa Dorneles
Fonte: Critério
Autor da Foto: Reprodução Google

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