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18/11/2008

Faculdade de Medicina

USP testa injeção contra ronco

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP buscam uma nova opção para quem ronca: uma injeção que, aplicada no céu da boca, diminui o ruído causado pela passagem de ar. O estudo, que deve ser concluído no ano que vem, avaliará o efeito da técnica em quase 50 pacientes -18 já receberam a injeção.

Os resultados iniciais são equivalentes aos obtidos com a radiofreqüência, tratamento já disponível. Nesse caso, é um aparelho que, por meio de calor, "endurece" o palato mole (parte posterior do céu da boca). O problema dessa técnica é o custo do material de cada sessão, que é de R$ 900. Geralmente são necessárias de três a cinco aplicações. Já o custo do material da injeção seria de cerca de R$ 25, de acordo com o otorrinolaringologista Michel Cahali, orientador da pesquisa.

A injeção é aplicada em três pontos do palato mole, perto da úvula (a campainha). A dor, afirma Cahali, é similar à de uma anestesia. O procedimento endurece a região, mas isso não leva a alterações na voz ou na deglutição de alimentos.

Segundo a otorrinolaringologista Fernanda Martinho, do Instituto do Sono da Unifesp, tanto a injeção quanto a radiofreqüência geram uma lesão na submucosa, causando uma fibrose. "O tecido fica mais rígido, vibra menos e causa menos ronco. Além disso, essa lesão pode levar a uma abertura do espaço respiratório", explica.

Tratamentos

A injeção, assim como a radiofreqüência, apenas alivia o ronco. Além disso, só tem resultado em casos mais leves, em que não há apnéia (pausa na respiração durante o sono), ressalta Cahali. Para os casos mais graves, as opções mais eficazes são as máscaras, os aparelhos intra-orais e as cirurgias.

Travesseiros, fisioterapia e acupuntura não são um tratamento efetivo. O emagrecimento só tem efeito sobre o ronco se a perda de peso é drástica (de aproximadamente 20% do total) em obesos.

O tratamento não busca só a tranqüilidade de quem dorme ao lado. O ronco indica dificuldade para respirar e é o primeiro passo para a apnéia, que sobrecarrega coração e pulmão.

O problema ocorre devido à falta de tônus na musculatura da garganta. Essa flacidez, ligada a componentes genéticos, é mais comum em homens, obesos e idosos. Quem usa remédios que alteram a tônus, como relaxante muscular e antidepressivo, é mais vulnerável ao ronco. O álcool também leva a um relaxamento muscular.

Segundo Martinho, pessoas que roncam pelo menos quatro vezes por semana devem procurar orientação médica.

Outros estudos

"A idéia de uma injeção para endurecer a região e diminuir o ronco é antiga. Vários produtos foram testados, mas a melhora era pequena", afirma Cahali. No fim da década de 90, pesquisadores norte-americanos divulgaram bons resultados. Entretanto, diz Cahali, a patente do produto foi comprada por um fabricante de aparelhos de radiofreqüência e ele deixou de ser fabricado.

No último congresso do American College of Chest Physicians, realizado no mês passado, pesquisadores do Egito apresentaram uma pesquisa com injeções. Foram avaliados 32 pacientes e houve uma diminuição significativa do ronco.

"A idéia é muito sedutora, pois se trata de uma medida simples e barata. O desfavorável é que o problema é do músculo que envolve a garganta, e a injeção não o alcança. A injeção trata o sintoma, mas não a causa", afirma Cahali.

Segundo o médico, se os resultados da pesquisa forem favoráveis, será necessário mais um estudo, para avaliar que pessoas mais se beneficiariam. Se tudo correr bem, dentro de três anos será possível disponibilizar o novo tratamento.


Autor: Folha de S. Paulo
Fonte: Gazeta Mercantil

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