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Olhos abertos para a cafeína
 
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20/08/2018

Olhos abertos para a cafeína

Artigo da cardiologista e especialista no tratamento das arritmias cardíacas, Karina Cindy

Acorda e vai logo na garrafa de café - toma duas xícaras. Na saída ao trabalho, para manter-se aceso ao longo da manhã, ingere uma lata de energético. Durante o almoço, toma um refrigerante. Pós almoço, come um chocolate para adoçar a boca e em seguida mais uma dose de café. Outro energético para não cair no sono durante a tarde e para evitar a dor de cabeça um comprimido. Ainda à tarde um chá preto e mais um café. A noite, antes de ir para a academia, toma termogênico para diminuir o índice de gordura. Como se não bastasse, ingere mais um energético para intensificar o treino. Pós-treino e lá se vai mais um suplemento para ganhar massa muscular. Para finalizar, dois ou mais drinks – às vezes acompanhado de um ou mais energéticos.

Parece loucura, mas essa rotina é muito comum na vida dos brasileiros modernos e tem preocupado a comunidade médica. O problema é que na corrida por pequenas satisfações e mais excitações do corpo, esquecemos ou sequer sabemos da quantidade de cafeína que consumimos. Essa substância é um estimulante poderoso, porém quando em excesso no organismo pode causar uma intoxicação e desenvolver uma série de complicações.

Isso porque o coração acaba disparando de uma forma irregular a ponto de induzir arritmias, crises de hipertensão e infarto. O caso piora se há a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, sobretudo associada à energéticos. A explicação se dá pelo fato de que essa mistura funciona como agente excitador e causador de extra-sístoles e fibrilação atrial – dois tipos de arritmias cardíacas bastante prejudiciais causadoras, inclusive, da morte súbita.

Para manter-se saudável diante deste quadro, o recomendado é que ninguém supere 400 mg de cafeína diariamente, o que equivale a 600 ml de café por dia. Pequenas doses de cafeína não causam arritmias, mas aumentam a frequência cardíaca em torno de 5 a 10 batimentos por minuto. Por isso é preciso ficar de olho, já que uma xícara do tão tradicional cafezinho contém 200 mg, 250 ml de energético são 80 mg, em uma barra de chocolate meio amargo são 20 mg e um comprimido para enxaqueca e gripe são cerca de 130 mg.

Outro conselho importante é dirigido ao consumo da cafeína em pó, vendida como suplemento aos atletas. Esse produto, muitas vezes adquiridos erroneamente pela internet, possuem uma quantidade exorbitante da substância equivalente a 28 xícaras de café. Por uma série de motivos – inclusive para aumentar a concentração, anestesiar a fadiga, desempenho físico e inibir o sono – vemos as pessoas colocando cada vez mais esse mau produto no carrinho de compras.

Tornou-se cada vez mais comum, examinarmos pacientes com o pulso acelerado ou perigosamente irregular. E a partir daí vem sintomas como vômito, diarreia, letargia, diminuição da atividade das funções intelectuais e desorientação.

No combate a este quadro, a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Sociedade Brasileira de Arritmias cardíacas, recomendam a prática de atividades físicas regulares. Dessa forma haverá uma diminuição dos batimentos cardíacos e a prevenção às complicações cardiovasculares.

E não adianta apenas abrirmos os olhos para a cafeína. Precisamos descobrir que não vale a pena, impor ao nosso corpo todo tipo de exagero e achar que ele vai de adaptar. Nesse tempo de tantas preocupações com a estética, nada melhor do que sentir o coração saudável para poder envelhecer com saúde e qualidade de vida. 


Autor: Karina Cindy
Fonte: Naves Coelho

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