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Mitos da gagueira refletem desinformação sobre o problema
 
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20/10/2009

Mitos da gagueira refletem desinformação sobre o problema

Atualmente, a tecnologia é uma grande aliada no tratamento depessoas que gaguejam

A população em geral dispõe de pouco conhecimento sobre o problema da disfluência, comumente conhecido como “gagueira”. Desta forma, a pessoa que gagueja acaba sofrendo preconceito na hora de buscar uma colocação profissional, em uma entrevista de emprego, no ambiente de trabalho ou em seu ambiente de convívio familiar e social.

“O gago é sempre motivo de piada e brincadeiras e, muitas vezes, não é levado a sério, por causa de dificuldade de fala”, explica Érica Ferraz, fonoaudióloga do Grupo Microsom.

Ao contrário do que muita gente acredita, a gagueira não é “contagiosa”. Portanto, não é transmitida pelo convívio com pessoas que gaguejam. Estudos científicos mostram que a gagueira tem um caráter genético. Dessa forma, nos casos de herança genética, pessoas da mesma família, de diferentes gerações, podem manifestar gagueira.

Até o momento não se conhece cura para a gagueira, no sentido de eliminar o caráter genético e/ou orgânico envolvido. O que existe são diferentes linhas de tratamento para melhorar a fala, e reduzir os sintomas, caracterizados por repetições, prolongamentos, pausas, bloqueios e outros problemas. O tratamento mais adequado para a gagueira é o fonoaudiológico.

Atualmente, a tecnologia é uma grande aliada no tratamento de algumas pessoas que gaguejam. Alguns aparelhos têm mostrado excelentes resultados na promoção de fluência da fala. Já existem no mercado produtos para tratamento da gagueira, como o SpeechEasy.

O aparelho age no cérebro desencadeando o efeito coro ─ um fenômeno natural que reduz a gagueira. O efeito coro é um fenômeno natural que ocorre quando uma pessoa que gagueja fala ou lê ao mesmo tempo em que outra pessoa, reduzindo a gagueira. Por fazer a voz do usuário alcançar o cérebro com um ligeiro atraso e com um tom diferente, o aparelho fornece a sensação da pessoa estar falando ao mesmo tempo em que a outra, desencadeando o efeito coro, que reduz a gagueira.

É uma opção de tratamento importante, uma vez que pode ser de grande auxílio em situações agravantes como reuniões e apresentações em público. É um tratamento possível, que une tecnologia avançada e conforto para a pessoa que gagueja, mas deve ser utilizado em combinação com tratamento fonoaudiológico especializado para que seu benefício seja otimizado. Como o objetivo é reproduzir o efeito coro, o SpeechEasy é portátil, usado na orelha e confeccionado de forma personalizada.

A fala se desenvolve principalmente nos três primeiros anos de vida. Entre os dois e os seis anos, é comum a criança apresentar dificuldade em falar algumas palavras ou alguns sons mais difíceis. Nesse período de aquisição de linguagem, a criança pode gaguejar, por estar em plena fase de aprendizagem da língua e por ainda não ter certeza de como pronunciar determinados sons. Nesses casos, pode haver a remissão espontânea da gagueira, quando o processo de aprendizagem se completa. Porém, a gagueira pode evoluir e se manifestar de diversas formas e intensidades entre as pessoas e em diferentes períodos da vida de uma mesma pessoa.

A gagueira costuma oscilar entre períodos de maior ou menor fluência. Caso a disfluência comece a ficar mais frequente, recomenda-se avaliação e tratamento ou acompanhamento fonoaudiológico. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores serão os benefícios da terapia.

O distúrbio de fala facilmente notado. Como estamos em uma sociedade em que a comunicação verbal fluente é importante e comumente associada à inteligência, competência e domínio em relação a um determinado assunto, uma pessoa disfluente pode ser vista como ansiosa, incompetente e até com problemas emocionais.
É comum as pessoas não terem paciência para escutar o gago, interferindo na sua fala ou até mesmo completando o que acredita que o disfluente iria falar. Muitas pessoas que gaguejam relatam histórias em que aceitaram alguma coisa que não desejavam apenas para não estenderem a situação desconfortável.

Em se tratando de um distúrbio que não afeta a inteligência nem outras habilidades do indivíduo, a gagueira não deve impedir que a pessoa que gagueja trabalhe, estude e seja bem sucedida profissional e pessoalmente.

Por outro lado, algumas pessoas que gaguejam encaram a sua disfluência de outra forma e acabam por “usá-la” a seu favor no seu grupo de amigos ou com a família, tornando-se o centro das atenções, por meio de brincadeiras e piadas. A forma como a gagueira interfere na vida social do indivíduo depende muito de como é a personalidade do mesmo e de sua relação com as pessoas.

De acordo com o IBGE, a população brasileira é de 192 milhões de pessoas. Segundo o Instituto Brasileiro de Fluência (IBF), a incidência da gagueira no Brasil é de 5%, ou seja, 9,5 milhões de brasileiros estão passando por um período de gagueira neste momento. Este número é maior que a população da cidade do Rio de Janeiro. A prevalência da gagueira é de 1%, ou seja, 1,9 milhão de brasileiros gagueja há muitos anos de forma crônica. Este número é maior que a população de Curitiba.


Autor: Imprensa
Fonte: Scientific American Brasil

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