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Henrique Salvador – Presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)
 
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02/02/2009

Henrique Salvador – Presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Hospitais particulares esperam crescimento apesar da crise

O setor de saúde no Brasil passa por uma fase de ajuste, mas os hospitais particulares tiveram um desempenho acima da média com investimentos em pesquisa, expansão física e treinamento de pessoas. Henrique Salvador, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) confirma que em 2008 os investimentos nos hospitais cresceram apesar de o número de leitos não registrar aumento significativo. No entanto, a expectativa para 2009 e 2010 é de ampliação. Também deve aumentar o número de novas incorporações tecnológicas, em função dos investimentos feitos pelas instituições em 2008.

O faturamento estimado dos 37 hospitais da Anahp - distribuídos em 11 estados - alcançou R$ 6,3 bilhões em 2007, o equivalente a cerca de 15% das despesas assistenciais no Sistema de Saúde Suplementar brasileiro. No período, foram contabilizadas cerca de 570 mil internações, com geração de 45,2 mil empregos diretos. Do faturamento dos associados, cerca de 90% provém do atendimento a convênios distribuídos em: 46,7% referente a seguradoras 23,1%, autogestão 20,7%, medicina de grupo e 9,5%, cooperativas. Juntos, os hospitais da Anahp dispõem de 8.455 leitos, sendo 25%, aproximadamente, de leitos de UTIs e Semi-intensivas.
 
Criada em maio de 2001, a associação nasceu da necessidade de o setor fomentar o segmento de saúde suplementar, liderando o processo de melhoria contínua do segmento em busca de eficiência, por meio de melhores práticas de gestão assistencial.

Como está a situação dos hospitais no País? Qual o quadro?

De uma forma geral, o setor de Saúde passa por uma fase de ajuste. Há crise de financiamento, mas os hospitais da Anahp tiveram um desempenho acima da média. As instituições investiram em pesquisa, nível de qualidade, ampliação física, preparação de pessoal e tecnologia. Foi um ano de muito crescimento. Em 2008 (não fechamos ainda) e 2009, o resultado deverá ser positivo.

A crise financeira mundial nos últimos meses de 2008 afetou de alguma forma o segmento?

A crise financeira ainda não chegou aos hospitais privados. Apesar da recessão - como muitos dizem que vem por aí - a rede privada, em 2009, terá mais oportunidade de competir no mercado. As instituições privadas vão investir em melhoria de serviços, em gerenciamento e apostar no custo-benefício. Mas não posso deixar de dizer que todos estão na expectativa.

Mas a alta do dólar não afeta a compra de insumos e equipamentos tecnológicos?

É verdade que se a alta do dólar continuar muitas empresas deverão restringir benefícios a seus funcionários, como planos de saúde, por exemplo. Isso será ruim, principalmente para os hospitais públicos. Muitos usuários ficarão sem assistência médica e recorrerão ao Sistema Único de Saúde (SUS). As instituições privadas também serão prejudicadas com essa redução, uma vez que a maioria dos clientes é de planos de saúde. No entanto, as instituições privadas podem investir em ações para otimizar custos, como a padronização de insumos e materiais hospitalares. Mas existem alguns investimentos que não podem retroagir, como atualização tecnológica, que vem agregar valor. As horas anuais de treinamento dos empregados dos hospitais da Anahp, que cresceram 7,7% em 2007, passando de 26 horas por funcionário em 2006 para 28 horas em 2007, por exemplo . Esses investimentos tiveram reflexo positivo nos indicadores de qualidade dos associados, como a redução das taxas de mortalidade e de infecção hospitalar.

O que esperar para 2009?

De 2009 a 2010 assistiremos a uma expansão no número de leitos, investimentos em tecnologia, equipamentos de informação, capacitação de pessoal, melhores práticas, especialização e acreditação dos hospitais além de padronização de insumos e materiais - dentro de um padrão e gestão de excelência - que funcionará como diferencial.

A acreditação, então, funciona também como diferencial?

Sim. Os objetivos principais da acreditação hospitalar são melhorar a qualidade dos cuidados com os pacientes e acompanhantes e proporcionar um ambiente livre de riscos aos que circulam na instituição, dentro de padrões de excelência reconhecidos internacionalmente. A partir disso, e com o desenvolvimento do processo de educação, de acordo com o Manual de Padrões de Acreditação Hospitalar, é possível discutir, criteriosamente, os achados da avaliação e desenvolver um plano de ações capaz de promover a efetiva melhoria do desempenho da instituição.

Como é esse manual?

No manual brasileiro de acreditação hospitalar há seções e subseções. Nas subseções existem padrões definidos de acordo com três níveis : nível 1 (contemplam o atendimento aos requisitos básicos da qualidade na assistência prestada ao cliente, nas especialidades e serviços do hospital, com os recursos humanos compatíveis com a complexidade, qualificação adequada - habilitação dos profissionais e responsável técnico com habilitação correspondente para as áreas de atuação institucional). Nível 2 ( Evidências de adoção do planejamento na organização da assistência hospitalar, referentes à documentação, corpo funcional - força de trabalho - , treinamento, controle, estatísticas básicas para a tomada de decisão clínica e gerencial e práticas de auditoria interna) e nível 3 (evidências de políticas institucionais de melhoria contínua em termos de estrutura, novas tecnologias, atualização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos médico-sanitários. Evidências objetivas de utilização da tecnologia da informação, disseminação global e sistêmica de rotinas padronizadas e avaliadas com foco na busca de excelência).

Todos os associados da Anahp são acreditados?

Os hospitais acreditados da Anahp já representam quase a metade do total de instituições do Brasil que possuem acreditação da JCI (Joint Commission International) - um dos mais importantes órgãos avaliadores de qualidade de saúde - ou os níveis Pleno e de Excelência (II e III), concedidos pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), principal órgão acreditador da saúde no Brasil.


Autor: AssPreviSite Saúde/SP e Gazeta Mercantil
Fonte: Fehospar

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