O Serviço de Psicologia do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, realizou uma pesquisa com profissionais em níveis de gerência e chefia para identificar quais os fatores mais frequentes que ocasionam estresse. As psicólogas Mariana Guarize e Janaína Xavier de Andrade, analisaram dados relativos a 234 pessoas que haviam passado por um check-up recente, e constatou que 50% dos homens e mulheres tinham níveis altos de estresse.
Observou-se que a idade média dos indivíduos é de 41 anos e que o alto índice de estresse se devia, em boa parte, às responsabilidades dos cargos que ocupam (o chamado “estresse do maior status”). Das 234 pessoas avaliadas 79% eram do sexo masculino e 21% do sexo feminino, em que 37% ocupam cargos de gerência e 35% possuiam profissões diversas. Dos sintomas provenientes do estresse a ansiedade, com 75%, e a irritabilidade, presente em 51% dos casos, foram os sintomas com maior incidência.
O estudo verificou a presença de elementos estressores no ambiente profissional e avaliou o quanto as circunstâncias do cotidiano de trabalho influenciavam a conduta do indivíduo. Na pesquisa foram avaliadas o estresse laboral, a possível relação entre estresse, idade, sexo e profissão e a influência dos agentes estressores nas relações pessoais, qualidade de vida e vulnerabilidade dos estudados.
Causas estão no cotidiano
Alguns dos sintomas trazidos pelo estresse estão o cansaço, a irritabilidade, a tristeza e o isolamento. A doença afeta atualmente grande parte da população mundial e suas causas estão diretamente ligadas ao cotidiano como problemas no trabalho, questões domésticas e convívio social e familiar. De acordo com a psicóloga Silvia Cury, o estresse está relacionado a diversos fatores do convívio diário.
“Os fatores relacionados ao estresse estão presentes no relacionamento familiar, tempo reduzido para o lazer, sedentarismo, insônia e oscilações de humor. Além disso, características de personalidade, como, perfeccionismo, elevada auto-exigência, ansiedade e ligação com o trabalho interferem na intensidade do estresse”, diz a especialista.
A identificação dos sintomas nem sempre é fácil, pois muitas vezes eles estão atrelados a problemas físicos como aumento dos índices de diabetes e hipertensão, aceleração do batimento cardíaco, dores de cabeça e coluna, problemas digestivos, entre outros. “É nesse sentido que, cada vez mais os profissionais da área de psicologia estão inseridos na realização dos check-ups clínicos, com o objetivo de identificar, prevenir e tratar o estresse”, explica Silvia.
Para a redução do estresse são necessários hábitos de vida saudáveis e em alguns casos um tratamento específico com psicólogos. “O estresse pode ser tratado através de terapia psicológica, na qual o paciente será levado a perceber as fontes de estresse, a ansiedade, como ele lida nas diversas situações e com isso procura-se fazer com que ele desenvolva recursos de enfrentamento destas situações”, completa.
Dicas de como se prevenir do estresse:
• Perceber o porquê da ansiedade
• Procurar respeitar os seus limites
• Não ser centralizador de tarefas ou situações
• Tirar férias
• Não levar trabalho para casa
• Realizar atividades que proporcionem prazer
• Ter uma alimentação saudável
• Realizar atividade física
• Caso não consiga sozinho, procure ajuda especializada.