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Disléxicos têm chance no vestibular?
 
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12/04/2010

Disléxicos têm chance no vestibular?

Já existe um consenso entre as principais instituições de ensino do Brasil de que se deve dar ao disléxico condições diferenciadas por ocasião do vestibular

Entre as características dos disléxicos, podemos citar a lentificação do processamento de informações, principalmente relacionadas à leitura, escrita e interpretação de textos.

Isso ocorre devido ao processo de leitura utilizado pelo disléxico, que ativa áreas do cérebro não especializadas para essa função, fazendo a tarefa ser um processo de decodificação não automatizado, o que leva à lentificação da resposta e ao cansaço excessivo relatado por alunos com dificuldades de aprendizagem em tarefas de leitura e escrita, principalmente as mais demoradas como, por exemplo, as provas de vestibular.

Sendo assim, como proceder em relação ao processo de seleção utilizado pelas faculdades e universidades?

Já existe um consenso entre as principais instituições de ensino do Brasil de que se deve dar ao disléxico condições diferenciadas por ocasião do vestibular.

E quais são estas condições?

A principal delas é um maior tempo para a realização da prova (cerca de uma hora e trinta minutos a mais).

Essa condição é fundamental se levarmos em conta a diferença apresentada pelos disléxicos em relação à velocidade de trabalho (na leitura e escrita).

Além dessa condição, é oferecido ao disléxico o direito de ter um ledor à sua disposição. Este ledor, de preferência uma pessoa que tenha bom conhecimento do distúrbio, realiza a leitura da prova para o aluno e este, com este recurso, processa a informação mais rapidamente e registra sua resposta. O ledor não interfere nessa escolha.

Esse assistente de prova pode ainda revisar as anotações na folha de resposta, pois o aluno poderia marcar a resposta certa no caderno e transcrever de forma errada para a folha de respostas (que é a que realmente conta para a apuração). O assistente faria então a conferência da transcrição.

O ledor pode ainda ser auxiliar na redação (um dos maiores obstáculos para o disléxico numa prova de vestibular). Umas das formas de auxiliar nesse momento é o aluno elaborar a redação e ditar para o ledor escrever. A nota ponderada também pode ter critério diferenciado.

Há universidades que disponibilizam ainda o uso de calculadoras. Vamos explicar...

Uma vez que os disléxicos encontram dificuldade em decorar, são mais lentos em realizar operações matemáticas, pois fazem o roteiro completo das tabuadas para cada conta que fazem (o que é claro leva muito mais tempo). Ainda existe a questão da interpretação do enunciado, que pode levar tempo (lembre-se que o texto precisa ser decodificado).

Essas condições diferenciadas não colocam os disléxicos em melhores condições que os demais alunos ao acesso à universidade, mas os colocam em condições de igualdade, considerando suas (dos disléxicos) necessidades diferenciadas para expressarem os conhecimentos adquiridos.

Pode-se observar que essas condições e possibilidades têm feito muita diferença em relação à autoestima das pessoas com dificuldades de aprendizagem, colocando-as em condições de galgarem posições que de outra forma talvez não pudessem alcançar.

O valor do profissional disléxico já tem despertado o interesse inclusive de grandes empresas que também estão oferecendo essas mesmas condições diferenciadas aos disléxicos que participarem de concurso público para ingresso nos quadros de funcionários.

A ABD - Associação Brasileira de Dislexia tem profissionais capacitados que têm exercido essa função de ledores ou assistentes nas provas de vestibular e concurso público ou orientado as instituições de ensino e empresas interessadas.

É importante citar que essas condições diferenciadas devem ser solicitadas pelos interessados por ocasião de inscrição para o vestibular ou concurso público, além de apresentarem laudo conclusivo constando o diagnóstico de dislexia realizado por equipe multidisciplinar especializada.

Maria Inez Ocanã De Luca
Psicóloga
Pós-graduada em Aprendizagem com foco em saúde
Mestre em Psicologia da Saúde
Especializanda em Neuropsicologia
inez.deluca@dislexia.org.br
inezpsi@hotmail.com


Autor: Maria Inez Ocanã De Luca
Fonte: Maria Inez Ocanã De Luca

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