Ninguém duvida dos malefícios do tabagismo. Nem mesmo os fumantes. No entanto, admite-se que existe uma associação entre o hábito de fumar e o índice de massa corporal (IMC) que é muito usado para classificação da adequação do peso corporal. O IMC, como muitos sabem, é calculado dividindo o peso pelo quadrado da altura. Valores acima de 25 e 30 são indicadores de sobrepeso e obesidade, respectivamente.

Esta associação entre hábito de fumar e IMC menores é tida com vantajosa para muitas pessoas e, em particular, mulheres que se preocupam com a forma física. Pois bem, um estudo americano com mais de 1500 pessoas questiona essa afirmação. Os autores da pesquisa realizada nos EUA observaram que, pelo contrário, havia relação entre tabagismo e sobrepeso e obesidade e concluíram que a inatividade física era o fator envolvido neste elo. Dito de outra maneira, o sedentarismo é um dos possíveis fatores ligados ao estilo de vida inadequado que media a relação tabagismo e obesidade ou magreza.

Para os pesquisadores, o consumo diário de cigarros deixa de ser preditor do resultado do IMC quando se controla a atividade física. Infelizmente, o estudo não controla outros importantes parâmetros tais como dieta, padrão do sono e estresse, que podem também influenciar a relação entre tabagismo e peso corporal. Mas pelo jeito até aquela velha e útil desculpa que o cigarro emagrece pode estar com os dias contados. (Dvorak et al. Tobacco use and body mass index: Mediated effects through physical inactivity. J Health Psychol 2009; 14; 919)