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Antidepressivos são seguros para mulheres grávidas?
 
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20/04/2010

Antidepressivos são seguros para mulheres grávidas?

Pesquisas recentes mostram risco para fetos e recém-nascidos

Os americanos tomam mais antidepressivos do que qualquer outro tipo de droga com receita, e as mulheres grávidas não são exceção. Uma em cada oito mulheres grávidas nos Estados Unidos toma inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRIs, na sigla em inglês) para tratar depressão ou outros transtornos de humor.

Vários estudos recentes sugerem que essas drogas podem ter efeitos adversos na saúde de recém-nascidos: podem aumentar o risco de defeitos cardíacos raros, nascimentos prematuros, baixo peso ao nascer e sintomas de síndrome de abstinência. Todavia, alguns médicos afirmam que os benefícios que essas drogas provêem superam seus potenciais riscos.

As preocupações com o uso de SSRIs durante a gravidez apareceram pela primeira vez em artigos de jornais publicados nos anos 1980, mas só em 2005 a Food and Drug Administration admitiu que filhos de mães que tomam paroxetina (vendida como Paxil e Seroxa) durante o primeiro trimestre da gravidez são duas vezes mais suscetíveis a exibir defeitos cardíacos fetais. Um estudo de 2005 publicado no Lancet também descobriu que alguns recém-nascidos de mães que estavam tomando paroxetina sofrem de sintomas de síndrome de abstinência, como convulsões e choro anormal por vários dias.

Mais recentemente, riscos de gravidez associados a SSRIs também vieram à tona. Um estudo publicado na edição de 26 de setembro do British Medical Journal monitorou cerca de 500 mil crianças dinamarquesas por meio de registros de todo o país e descobriu que mulheres que tomavam sertralina (Zoloft), citalopram (Celexa) e fluoxetina (Prozac) têm uma maior tendência a dar à luz bebês com defeitos cardíacos, apesar de o risco total ainda ser bastante baixo. Um estudo (ainda no prelo) do Journal of Clinical Psychopharmacology nota que mulheres tratadas com SSRIs durante a gravidez avançada são mais propensas a darem à luz bebês pequenos e prematuros.

Um estudo publicado na edição de outubro de 2009 dos Archives of Pediatric and Adolescent Medicine sugere que mulheres tomando SSRIs são duas vezes mais propensas a terem partos prematuros, se comparadas com a população geral, e que seus bebês têm uma chance maior de ficarem internados na unidade de tratamento intensivo neonatal.

Então as mulheres deveriam parar de tomar SSRIs enquanto estiverem grávidas? Não necessariamente, comenta Emilio Sanz, um farmacólogo clínico da University of La Laguna em Tenerife, nas Ilhas Canárias, e co-autor do estudo publicado no Lancet em 2005. Ele nota que depressão, se não tratada, também aumenta o risco de prematuridade, peso baixo ao nascer e complicações neonatais. Sengwee Darren Toh, um epidemiologista da Escola de Saúde Pública de Harvard, aponta que esses resultados semelhantes fazem com que seja “bem difícil separar os efeitos das drogas daqueles ligados à depressão subjacente”.

Sanz e Toh, no entanto, também apontam que muitas mulheres que tomam SSRIs não foram diagnosticadas com depressão clínica – algumas tomam os remédios para transtorno obsessivo-compulsivo, controle de dor ou até mesmo para tratar sintomas pré-menstruais severos. Por exemplo, em Setembro de 2009, um relatório da American Psychiatric Association e do American College of Obstetricians and Gynecologists afirmou que a psicoterapia é apropriada para algumas mulheres grávidas sofrendo de formas amenas de depressão ou outros transtornos de humor. Os médicos têm que “distinguir entre depressão e simples melancolia, tristeza ou abatimento”, observa Sanz.

 


Autor: Melinda Wenner
Fonte: Scietific American Brasil

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