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Mamãe Canguru
 
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04/05/2010

Mamãe Canguru

Contato do colo materno contribui no desenvolvimento de prematuros

Esse vínculo deixa o bebê mais aquecido e seguro, e proporciona confiança aos pais no manuseio do seu filho

A figura da mãe canguru está se tornando comum nas maternidades brasileiras. Bebês prematuros desenvolvem-se mais rápido se trocam a incubadora pelo colo materno, quando apresentam certas condições clínicas de sobrevivência. Assim, eles se sentem aquecidos e crescem com mais segurança. Daí a expressão "mãe canguru".

Os bebês prematuros vinculados ao colo de suas mães tendem a sofrer menos alterações nos batimentos cardíacos e nos níveis de oxigênio no sangue. Aquecidos pelo calor materno e embalados pelo pulsar do coração da mãe, os bebês cangurus não têm tanta dificuldade para respirar, o que é um dos maiores desafios de quem nasce antes do tempo. A respiração é mais tranquila, sem sobressaltos.

Ainda no aconchego do colo, os prematuros ganham em média o dobro do peso obtido por dia pelas crianças tratadas na incubadora. Quando a mãe é canguru, o período de internação hospitalar chega a ser reduzido pela metade.

Porém, essa não é uma tarefa simples para o hospital, que, para garantir essa assistência, precisa dispor de médicos em número suficiente para monitorar o tempo todo os bebês. Na maioria das maternidades públicas, incapazes de garantir tanta atenção, os médicos, por segurança, só colam a criança à mãe quando o bebê já respira sozinho, alimenta-se pela boca e pesa no mínimo 1,2 quilo.

A "Mãe Canguru", além de ser um gesto mais do que carinhoso, estabelece maior apego, segurança, incentivo ao aleitamento materno e melhor desenvolvimento da criança, evitando infecções hospitalares. Segundo a Dra. Nara Mattia, ginecologista e oncologista, "o método se desenvolve em três etapas: na primeira, os pais são estimulados pela equipe hospitalar a tocarem seu bebê que está dentro da incubadora. Durante a segunda, é realizada uma avaliação das condições clínicas do bebê, principalmente em relação à respiração, para só assim os pais poderem fazer a posição Canguru, a qual o bebê fica apenas de fralda "amarrado" no peito nu do papai ou da mamãe, que ficarão em contato permanente com a equipe do hospital, que em conjunto com a opinião dos pais irão decidir quanto tempo será feita essa posição dentro da UTI Neo".

Essa decisão depende de uma série de cincunstâncias, por exemplo, só quando o bebê está bem e estável, poderá ir ao alojamento conjunto, onde mãe e bebê permanecem cerca de 24 horas na posição Canguru. O bebê não fica no berçário e é a mamãe quem fará os cuidados, com supervisão da equipe hospitalar.

Já a terceira etapa consiste na alta hospitalar, mas não do método. Depois de orientada e segura para cuidar do bebê sozinha em casa, a mãe recebe alta para fazer a posição Canguru em casa. Ela terá que assegurar que fará a posição durante as 24 horas do dia. Não só ela, mas qualquer outra pessoa da sua confiança e que esteja habilitada para "amarrar" o bebê ao corpo, como o pai ou a avó.

"Bastam alguns dias para que mamãe canguru perca o temor de pegar, mexer e cuidar do bebê. A segurança não é apenas psicológica. Longe de suas crianças, as mulheres que deram à luz precocemente têm dificuldade para manter a produção de leite. O contato físico constante com o bebê faz com que o cérebro da mãe estimule a glândula hipófise a produzir o hormônio responsável pelo controle da liberação de leite", explica Dra. Nara.

Se o leite materno é essencial para a boa saúde de todas as crianças, o benefício para os prematuros não tem preço. Com o sistema imunológico ainda imaturo, o organismo deles não está preparado para combater as bactérias. A mãe, que já possui anticorpos contra esses germes, pode imunizar o filho através do leite. Onde se adota o método mãe canguru, cai drasticamente o número de prematuros, vítimas de infecções graves. Isso decorre não apenas do aleitamento, mas também da alta precoce, que os afasta do risco de infecção hospitalar.

No Brasil, diversas maternidades brasileiras já adotaram o método canguru e estão treinadas para atender nesse sistema. O método é eficiente, barato, diminui o tempo de internação e aumenta o vínculo entre mãe e filho. Os benefícios são tão evidentes que o Ministério da Saúde criou um projeto de incentivo ao método canguru em todos os hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde, o SUS. Os custos de um dia de incubadora beiram R$100 reais. Com o recém-nascido grudado à mãe, não chegam a 20% desse valor.

"Assim, todos saem ganhando: maternidades, as mães e principalmente os bebês", comemora a médica.


Autor: Grazia Nicosia
Fonte: Facto Jornalismo Empresarial

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