O Ministério da Saúde está retirando de circulação 20 milhões de comprimidos de um medicamento usado no tratamento da tuberculose. A razão para isso é que “pontos pretos” foram encontrados em alguns lotes do remédio. Desde março, cerca de 10 milhões de comprimidos já foram recolhidos.
O remédio, para o tratamento “quatro em um”, é produzido pelo laboratório indiano Cipla. Os Estados que receberam os lotes foram Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Rondônia, São Paulo e Bahia. Foram nesses dois últimos Estados onde foram encontrados os medicamentos com as manchas.
Segundo o Ministério da Saúde, o recolhimento dos medicamentos não afetou o abastecimento da rede pública de saúde nem prejudicou o tratamento dos pacientes com tuberculose.
Os medicamentos foram analisados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), no Rio de Janeiro, e pelo o Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo. Segundo a pasta, não foi detectado “qualquer problema quanto à composição química ou contaminação dos comprimidos por fungos ou outros microorganismos, mesmo os que possuíam os referidos ‘pontos pretos’”.
O Ministério da Saúde informou ainda que “um grande número de pacientes” completou seus tratamentos e conseguir se curar nenhum efeito adverso.
Por causa desses lotes, o governo brasileiro rompeu o contrato com o Cipla e contratou um novo produtor, o laboratório Lupin, também indiano.
"Quatro em 1"
O remédio que está sendo retirado de circulação foi comprado pelo governo brasileiro porque diminui a quantidade de cápsulas e comprimidos ingeridos diariamente. O tratamento anterior era composto de três drogas e o paciente era obrigado a tomar até nove comprimidos diariamente. Segundo o ministério, agora são quatro drogas em um único comprimido, o que facilita a vida do paciente e amplia a adesão ao tratamento, que dura seis meses.