Quem não gosta de uma folginha né? Ela dá até um prazer incomparável e aproxima da felicidade. Mas o repouso em excesso pode apontar para o contrário. Um estudo da Universidade de Chicago, EUA, indica que as pessoas com tarefas diárias, mesmo que maçantes, podem ser mais felizes que aquelas que simplesmente não fazem nada.
“As pessoas, no mundo todo, estão sempre fazendo algo, vivendo, ganhando dinheiro, fama, ajudando os outros no final de semana. Mas é provável que nós não façamos isso apenas por necessidade: as pessoas têm excesso de energia e evitar fazer nada pode ser algo inerente ao ser humano”, pondera Christopher Hsee, pesquisador que, junto com Liangyan Wang, da Universidade de Shangai, na China, estudou o nível de felicidade que tarefas diárias trazem para os indivíduos.
Os voluntários da pesquisa tiveram que preencher dois questionários sobre seu humor. Um deles era feito em grupo em um local e o segundo podia ser preenchido no mesmo local ou em outro prédio, sendo necessário certo “trabalho” de logística para chegar ao destino. Mas quem respondesse imediatamente ou se deslocasse até um novo local, eram recompensados.
Para o pesquisador, aqueles que optavam por se deslocar (o que necessitava um trabalho mínimo de planejamento) mostravam um nível de felicidade maior do que aqueles que haviam completado as tarefas no mesmo local. O número de voluntários também aumentava quando as recompensas eram similares, mas não idênticas: um objetivo que também indicava algum nível de trabalho – no caso intelectual – envolvendo o exercício do poder de decisão.
No entendimento dos especialistas, os indivíduos que escolhiam se ocuparem de alguma maneira, provavelmente, optou por isso porque as fazia mais felizes. “Mecanismos e estratégias que ocupem as pessoas de alguma maneira – não necessariamente trabalhando mais ou ficando mais horas no escritório – podem ser bastante benéficos para diminuir os níveis de depressão em algumas pessoas”, aponta Hsee.
“O trabalho e as tarefas diárias dão as pessoas o sentimento de realização pessoal e profissional que os ajudam a construir e manter sua identidade perante si mesmo e a sociedade. Pessoas ociosas tendem a ficar mais ansiosas e o que pode desencadear alguns transtornos que não contribuem em nada para a felicidade”, opina a tutora do Portal Educação, psicóloga Denise Marcon.