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Hospital Mãe de Deus
 
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16/10/2009

Hospital Mãe de Deus

Jornal do Comércio dedica reportagem especial a instituição

 

Antônio Crespo exibe novos equipamentos e procedimentos, como a telemedicina. Ana Paula Aprato/JC

Antônio Crespo exibe novos equipamentos e procedimentos, como a telemedicina. Foto: Ana Paula Aprato/JC
A tecnologia é uma aliada do sistema de emergência do Hospital Mãe de Deus não apenas no atendimento, mas também no pré-hospitalar. A instituição conta com essa opção desde janeiro deste ano, quando selou acordo com a Unimed Porto Alegre e passou a contar com a integração do SOS Unimed. Novos equipamentos e procedimentos, que incluem a telemedicina são algumas armas para salvar vidas.
 
Entre as ferramentas mais avançadas está uma luva eletrônica, instalada no braço do paciente, que realiza de forma automática um eletrocardiograma. Os dados são imediatamente enviados, via sinal de telefonia celular, para a central de regulação da Unimed Porto alegre, onde um médico acompanha todo o procedimento. De acordo com o gerente médico das emergências do Mãe de Deus, Antônio Crespo, outros equipamentos devem passar a ser utilizados.  Ele relata ter sido apresentado a um dispositivo móvel fabricado em Israel que permite detectar a presença de hemorragias no cérebro, possibilitando que a situação de acidente vascular cerebral (AVC) seja diagnosticada com antecedência, antes da chegada ao hospital. A vantagem é agilizar o atendimento de resposta.

Assim como no caso da luva, a solução utilizada em suspeita de AVC também envia os resultados via celular. Esse tipo de solução alia-se a outras, já mais consolidadas, como os desfibriladores e ventiladores automáticos, presentes em todas as ambulâncias do SOS Unimed. Outra característica do serviço de emergência pré-hospitalar oferecido na parceria entre Mãe de Deus e Unimed Porto Alegre é a telemedicina. O atendimento começa quando o cliente do hospital liga para o telefone (51) 3230-2100. No caso de atendimento emergencial - e não apenas de informações -, ele deve discar a tecla “dois” para ser imediatamente atendido por uma telefonista que anota o endereço e outros dados necessários e dá o alerta para a ambulância mais próxima. Logo a seguir, o médico assume o telefone, autoriza o envio do veículo em prontidão - “o médico que decide se é o caso; não tem sentido enviar ambulância para atendimento a um resfriado”, exemplifica Crespo. Ao mesmo tempo, o médico emergencista já vai, por telefone, recolhendo informações sobre o estado do paciente e repassando informações para que, se for o indicado, tomar algumas providências.
 
Após a chegada da equipe do SOS, o contato com a central de regulação continua. No caso de procedimentos de baixa complexidade, o veículo vai com um motorista, que também é apto a prestar primeiros socorros, e outro técnico ou enfermeiro socorrista. Em casos mais graves, um médico acompanha. Há rádio e telefone celular para que a central oriente o atendimento, se necessário. “Muito em breve, haverá uma câmera transmitindo imagens (do paciente) direto para a mesa do médico regulador”, afirma Crespo.
 
Parceria entre hospital e Unimed garante agilidade

Desde janeiro deste ano, o serviço SOS Unimed tem bases na emergência do hospital Mãe de Deus, no bairro Menino Deus, e na do Mãe de Deus Center, no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre.
 
A parceria garante agilidade a pacientes da cooperativa e aos do hospital que necessitam atendimento de emergência. A ideia do convênio é garantir que o socorro chegue ao local chamado em até 15 minutos. A indicação aos usuários é fazer uso do serviço emergencial pré-hospitalar em casos graves, como traumas em que há imobilidade, perda de consciência, insuficiência respiratória, infarto, acidente vascular cerebral ou outras complicações cardiovasculares.
 
Além das bases no Mãe de Deus, o serviço de SOS da Unimed Porto Alegre ainda conta com outras centrais próprias, como as instaladas na sede da cooperativa localizada no Shopping Total, no núcleo de atendimento Unifácil da avenida Farrapos, em Porto Alegre, e em sedes nas cidades de Cachoeirinha e Canoas, na Região Metropolitana da Capital.
 
O gerente-médico das emergências do Mãe de Deus, Antônio Crespo, explica que os casos de maior gravidade são levados para a estrutura de emergência que fica no hospital Mãe de Deus.

Computadores devem ajudar médicos

O gerente-médico das emergências do Mãe de Deus, Antônio Crespo também anuncia o plano de aproximar ainda mais a estrutura do hospital com as ambulâncias. A intenção é instalar computadores com as informações que vão para a central de regulação também nas dependências da emergência do Mãe de Deus. Com isso, os médicos locais teriam antecipada e rapidamente mais informações sobre o caso e acompanhariam o deslocamento das ambulâncias que se dirigem ao Mãe de Deus, uma vez que os veículos são equipados com sistema de GPS.

Paciente do SUS recebe apoio psicossocial

A expertise do Hospital Mãe de Deus no atendimento de emergências psiquiátricas e casos de dependência química, acumulada por um serviço iniciado há 25 anos no hospital, chega agora a populações carentes da Capital. Somente neste ano, a instituição, por meio de convênios, já abriu uma emergência psiquiátrica, dois Centros de Apoio Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPSad) e 30 leitos femininos para dependentes químicas no Hospital Espírita. Para os próximos meses, há a previsão de abertura de mais 30 leitos masculinos na instituição e de mais um CAPSad na Capital.

O projeto mais amplo foi o da emergência psiquiátrica e do CAPSad, ambos no bairro IAPI. A estrutura de atendimento emergencial conta com o trabalho de 15 psiquiatras e um clínico-geral, além de auxiliares de enfermagem, enfermeiras e assistente social. Os pacientes permanecem em uma média de três dias nos leitos e encaminhados para internação quando necessário. A dependência química, e especialmente o crack, é responsável por 52% dos atendimentos e o restante refere-se principalmente a surtos psicóticos e depressões. “A equipe que atende no Mãe de Deus e na emergência do IAPI é a mesma. Muda a condição socioeconômica dos pacientes, mas os problemas são os mesmos, também”, afirma Ângelo Campana, gestor da Unidade de

Tratamento a Dependentes Químicos do Mãe de Deus.

Tanto o CAPSad quanto a emergência são uma parceria com a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado, e atendem exclusivamente a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Na unidade emergencial, é a central de leitos que determina as vagas. Se o caso não é de internação, o encaminhamento pode ser para o próprio CAPSad. Esses centros oferecem consultas, terapia em grupo, oficinas, atendimento a familiares, além de desintoxicação ambulatorial. Também incentivam a prevenção na comunidade. “Os CAPSad contatam serviços como delegacias, escolas, organizações não governamentais. Todas que podem ajudar na prevenção e ressocialização de um dependente, o que é muito importante”, detalha o médico.

Unidade recém-inaugurada na Vila Nova está em operação

O CAPSad do IAPI já está com 70% de sua capacidade, de 45 atendimentos por dia, tomada. O segundo centro da equipe do Mãe de Deus em Porto Alegre, na Vila Nova, foi aberto no primeiro semestre e já opera com 100% da capacidade.

No estágio de internação, o serviço do Mãe de Deus também está reforçando sua atuação de atendimento pelo SUS, uma das exigências feitas pela legislação a hospitais filantrópicos. Em julho, houve a inauguração de 30 leitos psiquiátricos femininos, em convênio com o Hospital Espírita, que abriga essas vagas. Para novembro, está prevista abertura de vagas masculinas. “Antes, a emergência da Vila Cruzeiro estava sobrecarregada, chegou a ser interditada pelo Conselho de Medicina e teve de passar por reforma. Hoje, duplicando a capacidade, com a unidade do IAPI, desafogou o sistema. E como o governo aumentou a oferta de leitos de dependência química e criou convênios com leitos psiquiátricos, melhorou a agilidade nas emergências”, afirma Campana.

De acordo com o psiquiatra, as parcerias do poder público com universidades e instituições filantrópicas são uma tendência. Foram a solução adotada, por exemplo, em São Paulo. “Desse modo, se utiliza pessoal com capacitação avançada das universidades ou do setor privado, sem precisar contratar para o serviço público. Consegue-se ter equipes com alto padrão atendendo a  pacientes do SUS”, complementa Campana.

O psiquiatra ainda explica que a implantação de CAPSad está prevista na legislação e que deveria haver uma estrutura dessas para cada região da cidade. Mas os governos ainda estão longes de atingir o alcance previsto.

Quando um minuto vale ouro

É no atendimento de emergência que cada segundo perdido no socorro pode significar a diferença entre a vida e a morte. Não apenas nos traumas onde há perda de sangue, mas na rotina dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto agudo do miocárdio, o tempo é precioso.
 
Também conhecidas pelos nomes mais populares de ataque cardíaco ou derrame cerebral, essas doenças respondem por aproximadamente metade das demandas emergenciais do Hospital Mãe de Deus. Para reduzir qualquer desperdício de tempo, o paciente que chega com quadro compatível é atendido imediatamente. “É na hora. Não se pede documento, não se faz fichinha. O atendimento aqui já começa quando sai da ambulância ou do carro. A burocracia fica para depois”, resume o diretor-médico e científico do hospital, Alberto Kaemmerer. “A emergência para nós é uma UTI (unidade de tratamento intensivo) com as portas escancaradas para a rua”, compara Antônio Crespo, gerente-médico das emergências do Mãe de Deus.

Na sede do Hospital, em Porto Alegre, na avenida José de Alencar, a entrada dos casos de infarto ou AVC normalmente é pelo acesso a carros ou ambulâncias, mas eventualmente também pode ocorrer pelo acesso a pedestres do plantão médico. Nesse caso, o paciente é imediatamente examinado pelo médico ou enfermeiro triador e prontamente encaminhado para o atendimento. Os emergencistas já iniciam o tratamento, mas os especialistas em cardiologia e neurologia estão disponíveis 24 horas por dia, podendo ser chamados a qualquer momento, de outra área do hospital. São presença frequente na emergência, relata Crespo, e muitas vezes já estão no local quando o paciente chega.  “O Instituto de Medicina Vascular do Mãe de Deus integrou todos os profissionais que fazem parte desse jogo, que é a reabertura das artérias no cérebro ou no coração”, resume o cardiologista Euler Manenti, do Instituto.

Resultados melhores do que os de parâmetros internacionais

Os resultados obtidos no atendimento de emergência têm sido melhores do que os de patamares estabelecidos por parâmetros internacionais. No caso do atendimento aos infartos, o tempo porta-balão médio na emergência do Mãe de Deus é de 90 minutos. Esse indicador refere-se ao período transcorrido do momento em que o paciente entra no hospital até a inserção do balão de angioplastia que desobstrui a artéria do coração. Quanto menor esse tempo, melhor. O resultado obtido no Mãe de Deus está dentro do máximo estabelecido pela American Heart Association, a associação americana de cardiologia, de 90 minutos. E 30 minutos abaixo do patamar de 120 minutos estabelecido pela Joint Commission, organização criada para medir e estimular qualidade nos hospitais dos Estados Unidos. “Quando o paciente com ataque cardíaco é atendido na primeira hora desde o início dos sintomas, a mortalidade hospitalar é menor do que 2%. Depois da sexta hora, ronda os 15%”, expica Manenti, enfatizando a importância de se dirigir a uma emergência assim que a suspeita de infarto agudo do miocárdio se manifeste.

O mesmo vale para os casos de AVC. Nessa situação, os indicadores do Mãe de Deus também demonstram resultados melhores do que os internacionais. Quando o assunto é acidente vascular cerebral, o que conta é o tempo porta-exame, entre a chegada do paciente à emergência e a tomografia. “O tempo porta-tomografia é fundamental. O aceitável pela American Heart Association é até 40 minutos. No hospital, temos uma média de 15 minutos a 20 minutos”, descreve o neurologista Maurício Friedrich, do Instituto Vascular do Mãe de Deus.

Para o especialista, cada minuto é fundamental no atendimento emergencial. Quanto antes o paciente receber o medicamento trombolítico, para dissolver o coágulo que interrompe a artéria cerebral, mais chances tem de sobreviver e não ter sequelas. “Se receber a medicação na primeira hora, tem sete a oito vezes mais chance de se recuperar do que se não receber. Se receber na quarta hora a chance é de uma vez e meia maior. Cada minuto que passa significa cérebro perdido e sequelas neurológicas definitivas”, afirma Friedrich.

Uma das dificuldades é que, muitas vezes, mesmo que o atendimento no hospital seja ágil, o tratamento não pode ser eficiente, em razão da demora dos pacientes em procurar a emergência. Por isso, é importante que os sintomas de um infarto agudo do miocárdio e de um AVC sejam conhecidos pela população, para que imediatamente sejam encaminhadas, de ambulância (preferível) ou até atomóvel, ao Mãe de Deus. Em se tratando do sistema do hospital, há unidades emergenciais na Capital.

As muitas “emergências”

Após uma melhoria na estrutura da emergência, o Hospital Mãe de Deus projeta uma grande reforma para ser executada e concluída dentro de dois anos. As mudanças físicas refletem uma recém-implantada alteração de conceito do setor. Segundo o diretor-médico e científico do hospital, Alberto Kaemmerer, o movimento passa também por uma mudança na percepção que o próprio público usuário tem do setor.

“Para a população, tudo que entra no plantão médico é emergência. A partir desse conceito errado, se tu não atendes a pessoa no momento seguinte, ela acha que a emergência do hospital vai mal. Por falta de opção na rede de consultórios, às vezes demora uma semana para se conseguir marcar uma consulta em um médico. Aí, esse paciente termina aqui no nosso plantão médico. E muitas vezes, se demora três horas para ser atendido e sair com todos os exames e diagnósticos prontos, ele acha muito”, relata Kaemmerer.

Essa busca por atendimento imediato mesmo quando o caso não demanda é o que termina sobrecarregando o plantão médico muitas vezes. Para mudar isso, o plano do Mãe de Deus é separar claramente emergência de pronto-atendimento e atendimento ambulatorial. “Apenas 7% dos casos que chegam no plantão médico são realmente de emergência”, afirma o diretor-médico e científico. Esses são os casos mais graves, que envolvem risco à vida ou à função, como acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, traumas graves, entre outros. Ainda há aqueles casos que exigem observação e atendimento imediato, como asma, apendicite, entorses, por exemplo. E os menos graves, como resfriados, coceira e outras queixas mais simples, que podem esperar por atendimento, mas entram no mesmo plantão dedicado à emergência e, por isso, são classificados pelos leigos como emergenciais também. Quem decide se um caso que entra no plantão é ou não emergência é o triador, um médico ou enfermeiro que faz exame clínico e mede alguns parâmetros, como batimento cardíaco, ventilação, nível de consciência.

Gestores diferentes para demandas diversas

Uma das primeiras medidas para separar cada tipo de demanda adotada pelo Mãe de Deus foi administrativa: antes, havia previsão de um único gestor para todos os tipos de situação do plantão médico. Agora, haverá um para emergência, outro para pronto-atendimento e outro para ambulatório.    

Dentro de dois anos, haverá uma ampliação do espaço dedicado ao plantão, permitindo uma separação física das áreas. “Queremos que 70% da população que chegue no pronto-atendimento passe a ser atendida no ambulatório. Precisamos desafogar a área do plantão médico”, detalha o diretor-médico e científico do hospital, Alberto Kaemmerer. O objetivo é reduzir a taxa de retorno de pacientes doentes cujo tratamento pode ser feito em uma simples consulta médica. Para isso, o agendamento dos horários para atendimentos dentro do hospital será feito a partir do próprio plantão médico.

Entre os planos do Mãe de Deus para reformular seu setor de atendimento imediato, está utilizar uma área de estacionamento contígua à atual emergência. Pequenas reformas para aliviar o fluxo de pacientes já foram concluídas. Uma nova sala de medicação e observaçãofoi entregue no começo do mês. Também o laboratório interno de coleta ganhou uma área maior.

De acordo com Antônio Crespo, gerente médico do sistema de emergência do Mãe de Deus, a nova estrutura tende a aliviar não apenas a área de espera por consultas, como a utilizada para espera por exames. Da mesma maneira, há agora mais conforto para os pacientes em medicação ou observação, bem como para quem necessita realizar as coletas para exames.

 

 

Autor: Redação
Fonte: Jornal do Comércio

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