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Por que a prática de exercícios prolonga a vida?

Quando o assunto é exercício físico a maioria das pessoas imediatamente encontra uma "desculpa" para não fazê-lo. Alguns alegam que não tem tempo para atividades físicas, outros acham que já não têm idade para fazer exercícios, outra desculpa é a falta de companhia, muitos alegam medo de ocorrer lesões ao fazer exercícios e existem aqueles que afirmam não saber exatamente o tipo de atividade mais adequada. O que a maioria das pessoas desconhece é que assim como uma dieta saudável pode beneficiar a nossa saúde, um esquema contínuo de exercícios pode fazer com que as pessoas vivam mais e tenham uma qualidade de vida melhor.

Um dos grandes desafios da ciência é demonstrar como o exercício pode prolongar a vida. Um estudo publicado no British Medical Journal conseguiu avançar nessa área de investigação demonstrando que as pessoas que correm habitualmente tem um índice de risco de mortalidade menor do que aquelas que não fazem esse tipo de atividade física.

Segundo pesquisadores do Hospital Universitário de Copenhague e da Dinamarca, quem corre se beneficia dos efeitos do treinamento e adquire hábitos mais saudáveis-dietéticos, por exemplo, e seria isso que faria com que a pessoa vivesse por mais tempo.

O trabalho analisou o riscos de morte de 4.658 homens, dos quais 217 eram corredores habituais no começo do estudo. Cinco anos depois, 96 seguiram praticando essa atividade de forma regular e 106 pessoas se incorporaram ao grupo. Os resultados da experiência indicaram que quem corria tinha um risco relativamente menor de morte se comparado com aqueles que desistiram de correr e aqueles que nunca correram em momento algum.

O que se observa hoje é que está havendo um aumento das pesquisas que relacionam longevidade e exercícios físicos. Essas pesquisas têm mostrado que os exercícios aeróbicos, como caminhar, nadar, andar de bicicleta e correr, melhoram principalmente o sistema cardiorrespiratório. O risco de aterosclerose (entupimento das artérias provocados por acúmulo de placa de gordura) é reduzido quando a pessoa faz exercícios, provocando uma redução no LDL (colesterol ruim) e um aumento no colesterol bom (HDL). O coração também é capaz de bombear mais sangue e assim, o risco de ocorrer uma crise de taquicardia ou arritmia é menor. O tonus muscular aumenta e, com isso, as paredes dos vasos sanguíneos ficam mais fortes diminuindo a possibilidade da pessoa vir a ter complicações vasculares (varizes, tromboses, etc.).

Exercícios reduzem o risco de câncer

O câncer é hoje, de acordo com o Ministério da Saúde, a segunda causa de morte por doenças no Brasil. Motivo bastante convincente para que fiquemos de olho em medidas preventivas. Pesquisas hoje tem mostrado que o exercício físico pode ser uma das formas mais simples e gostosas de prevenção.

Um estudo desenvolvido durante 20 anos por I-Min Lee, pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, com 13.485 voluntários homens, que ao final do estudo estavam com idade de 57 anos, mostrou que aqueles que cultivaram o hábito de subir pelo menos 3 lances de escada semanalmente reduziram as chances de ter câncer de pulmão em 50%.

Segundo a pesquisadora, não se sabe ainda qual o tipo específico de exercício que deve ser feito, o que se sabe é que esse exercício deve ser moderado e frequente.

Algumas pesquisas mais recentes apontam também que ser fisicamente ativo ajuda a evitar tumores no cólon, nas mamas e na próstata. A explicação, segundo os pesquisadores, é que quando o corpo está em movimento as funções do organismo são mais agilizadas e a nossa "máquina" trabalha com mais força e rapidez. Isso faz com que sobre pouco espaço e tempo para que as substâncias que favorecem o câncer entrem nas células e se multipliquem.

Um estudo, por exemplo, mostrou que homens praticando exercícios vigorosos diariamente apresentaram uma redução de 50% no risco de câncer de intestino. A causa provável para isso é que o exercício físico estimula a função intestinal, fazendo com que haja eliminação de toxinas cancerígenas, impedindo com isso que entrem em contato com a parede intestinal.

Exercícios físcos aumentam a disposição e combatem a depressão

Os exercícios físicos aumentam a disposição pois provocam descargas de substâncias como endorfinas que funcionam como analgésicos naturais e diminuem dores nas pernas, nos músculos, favorecendo um bem-estar ao organismo.

Uma caminhada ligeira, entre outras atividades físicas, pode também reduzir ou até eliminar sintomas de depressão. A liberação natural de endorfinas na circulação e no cérebro, ativa o sistema nervoso neutralizando a depressão. Hoje já se sabe que caminhar apenas 15 minutos por dia fora de casa, ao ar livre é um verdadeiro antídoto contra a depressão.

Tabela: atividades físicas

Caminhar lento (3 km/h) 150 cal/h
Caminhar rápido (6km/h) 240 cal/h
Correr lento (8km/h) 548 cal/h
Correr rápido (16km/h) 1027 cal/h
Dançar (dança de salão) 183 cal/h
Dançar (dance music) 260 cal/h
Dançar (lambada) 604 cal/h
Fazer ioga 225 cal/h
Fazer step (aula iniciante) 270 cal/h
Fazer step (aula avançada) 450 cal/h
Jogar basquete 530 cal/h
Jogar boliche 348 cal/h
Jogar futebol 490 cal/h
Jogar handebol 493 cal/h
Jogar tênis 526 cal/h
Jogar vôlei 525 cal/h
Lutar (artes marciais) 702 cal/h
Nadar (borboleta) 620 cal/h
Nadar (costas) 610 cal/h
Nadar (craw lento) 460 cal/h
Nadar (craw rápido) 560 cal/h
Nadar (peito) 580 cal/h
Patinar 418 cal/h
Pedalar lento (9km/h) 230 cal/h
Pedalar rápido (21km/h) 570 cal/h
Pedalar na ergométrica leve (carga 50 watts) 270 cal/h
Pedalar na ergométrica intenso (carga 200 watts) 810 cal/h
Pular corda lento (70 saltos/minutos) 583 cal/h
Pular corda rápido (125 saltos/minutos) 640 cal/h
Velejar 158 cal/h


Autor: Jocelem Salgado
Fonte: Vya Estelar

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