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Comentário de Alexandre Zanetti, advogado

Reunião do grupo dos empregadores na OIE, pela manhã 

 

Abertura oficial da Convenção

 

Dr. Zanetti na abertura oficial da Convenção

 

Ministro do Trabalho de Bangladesh Sr. Khandker Mosharraf Hossain (à esquerda)

 

Reunião plenária

 

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Hoje (03), o advogado Alexandre Zanetti comenta sobre o terceiro dia da 98ª Conferência Internacional do Trabalho de 2009, em Genebra, Suíça.

Dr. Zanetti é assessor Jurídico da Confederação Nacional da Saúde (CNS) e da Federação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) e participa dessa Conferência como representante da área da saúde, compondo a delegação oficial brasileira.

Terceiro dia 98ª Conferência Internacional do Trabalho de 2009

Hoje, quarta feira (03), o dia iniciou com a reunião do grupo dos empregadores na Organização Internacional dos Empregadores (OIE) por volta das 9 horas da manhã (ver foto). Foram definidas as pessoas que integram as comissões para o desenvolvimento dos temas, cinco ao todo, a saber: Comissão de Proposições, Comissão de Normas, Comissão sobre HIV/AIDS, Comissão sobre Igualdade de Gênero e a Comissão Plenária, que irá discutir os efeitos da crise e como sair dela.

Como noticiado ontem, compomos a Comissão que discutirá HIV/AIDS, tendo em vista que tal tema se relaciona com a saúde.

Ontem, por ocasião da reunião com a Embaixadora Maria Nazareth, mencionamos a preocupação do setor com o desdobramento da crise que se avizinha, na medida em que nossos estabelecimentos estão lotados, o que pode significar uma demanda extra das pessoas que estão cumprindo prazos finais em seus planos de saúde, bem como os rumores que já acontecem no setor quanto a dificuldade de pagamento pelos serviços prestados.

Nesta reunião dos empregadores, ficou definida, pela Comissão que abordará o tema de Igualdade de Gênero, que a duração da discussão desse temário será de dois dias, tendo em vista ser um assunto que não necessita de mais tempo, e assim permitirá a ampliação do tempo para a discussão do tema central da Convenção, que é a crise na economia e sua repercussão na geração e manutenção dos empregos.

Por volta das 10h30min, tivemos a abertura oficial da Convenção. A abertura foi bastante concorrida (ver foto), com plenário lotado e discursos inflamados, todos mencionando a grande preocupação com a grave crise econômica, em cada país, e os efeitos desta no mercado de trabalho. Participam da Conferência em torno de 4.000 delegados e conselheiros.

Durante a abertura, foram eleitos os delegados e o presidente dessa edição, o Ministro do Trabalho de Bangladesh Sr. Khandker Mosharraf Hossain (ver foto). Referindo-se à crise econômica e social global e os valores que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) representa, o Ministro disse que “a situação precisa de uma resolução verdadeiramente coletiva, e um plano coletivo de ação. Ao centro disso, um modelo combinado deve promover trabalhos e trabalho decente. Caso contrário, uma decadência social global será difícil evitar”.

Houve até um momento de preocupação dos presentes... Logo no início, três homens, empunhando cartazes com fotos, subiram na tribuna e começaram a gritar palavras em libanês ou língua parecida...Pensei imediatamente em um ato de terror... Mas, durou alguns segundos e depois percebemos que era uma manifestação para libertarem as pessoas presas por motivos políticos.

É importante lembrar que a tendência de pensamento da OIT é assegurar a dignidade do trabalhador, e dentro dessa perspectiva é que se ouviu muita crítica para as vultosas quantias usadas pelos governos para salvar as instituições financeiras, eis que é voz corrente aqui que gerariam mais resultados se aplicados na cadeia produtiva para a geração e manutenção de empregos, com a concessão de benefícios possíveis.

Sucederam a abertura oficial, duas reuniões temáticas, da qual fizemos parte, a reunião dos empregadores que discutem HIV/AIDS; e, posteriormente, a reunião plenária, esta tripartite, governo empregadores e empregados, para iniciarmos a discussão do tema, conforme foto (última).

Genebra é uma cidade democrática por estar presente a sede da ONU, da OMC, da própria OIT, etc...como a nossa Brasília. Dessa forma, diversas manifestações acontecem nas suas avenidas e parques. É mais ou menos o que temos em Brasília nos grupos dos sem terra, sem teto, sem casa, sem alguma coisa, que reivindicam seus direitos.

Contudo, ontem foi curioso, uma manifestação em frente a sede da ONU, ao que tudo indica do povo do Tibet, identificado por mim palas bandeiras e pela ajuda do Google. Mais de 50 manifestantes estavam em posição de índio (aquela em que se pratica no yoga, sentado com as pernas cruzadas a frente e mãos amparadas nos joelhos) e seu líder entoando cânticos que, para nós brasileiros e para mim que tenho sangue italiano, pareciam mais canções de ninar.

Uma cidade democrática sem dúvida. Segundo ouve-se por aqui, essas manifestações são diárias e das mais diversas.

O dia está lindo aqui hoje, chegando aos 25 graus e sem nenhum vento. Com o céu de brigadeiro daqui da sede da OIT no palácio das nações deu para ver pela primeira vez os Alpes e seus picos cobertos pela neve.

Abraço a todos,

Até amanhã, no último boletim da semana, pois, na sexta haverá apenas reunião para relatoria dos temas.

Alexandre Zanetti

Confira o primeiro e o segundo dia da Conferência na narrativa de Dr. Zanetti


 


Autor: Alexandre Zanetti
Fonte: Sis.Saúde

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