As doenças cardiovasculares são as que causam mais óbitos no Brasil. As vítimas fatais chegam a 300 mil por ano. A região Sul lidera com o índice de 34,9%, seguida pela região Sudeste com 33,5% dos casos. As regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte apresentam, respectivamente, percentuais de 30,2%, 29,8% e 23,9%. No mundo, oito milhões de pessoas morreram no ano de 2000 e a previsão para o futuro não é animadora. A Organização Mundial da Saúde calcula um aumento de 250% nos casos dentro de 30 anos.

No entanto, a mudança para um estilo de vida mais saudável, evitando o tabagismo, o sedentarismo e alimentação inadequada, pode reduzir em até 80% o número de mortes por males cardiovasculares.

Enquanto a população não se conscientiza, a Medicina desenvolve novos e menos invasivos procedimentos para frear a mortalidade. Sem abrir o peito do paciente, operações feitas através de pequenos cortes de 6 a 8 cm, com auxílio de cateter e de instrumentos menores, já permitem substituir válvulas cardíacas, corrigir fibrilação atrial (forma de arritimia cardíaca em que o ritmo do coração é anormal), doenças da artéria aorta e implante de artérias. Comparada à cirurgia convencional que deixa o coração à mostra, a intervenção menos agressiva diminui a necessidade de transfusão de sangue, o risco de infecção, a dor, o tempo de permanência na CTI (Centro de Terapia Intensiva), os dias de internação e oferece recuperação mais rápida, além de maior sobrevida.

Os avanços nas técnicas de cura das cardiopatias serão debatidos no 5º Congresso Sul-Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular e no 3º Simpósio Sul-Brasileiro de Circulação Extracorpórea, presididos pelo cirurgião cardiovascular paranaense Rui Almeida e que ocorrem paralelamente, de 6 a 8 de agosto, no Serrano Resort, em Gramado. Entre os temas que fazem parte da programação científica coordenada pelo cirurgião cardiovascular gaúcho Eduardo Keller Saadi, estão estratégias atuais para tratamento de insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio, o uso de células tronco na cardiologia, novas tecnologias na cirurgias de aorta e valvopatias e, ainda, na cirurgia de revascularização miocárdica.

Na lista de palestrantes de renome nacional e internacional, estão quatro convidados que vem do exterior. David Taggart, cirurgião cardiovascular e professor da Universidade de Oxford – Inglaterra; o argentino Frederido Benetti, um dos pioneiros em cirurgia de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea; Guilherme Silva, cardiologista hemodinamicista que dirige, no Texas Heart Institute – EUA, um dos maiores centros mundiais de células tronco e Júlio Rodriguez-Lopez, cirurgião vascular que atua no Arizona Heart Institute - USA, referência na área.

Nesta quinta edição, o Congresso Sul-Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular implanta, pela primeira vez, Curso de Intervenção Endovascular de Aorta. Durante toda a manhã do dia 7 de agosto, cirurgiões cardiovasculares e vasculares, cardiologistas intervencionistas, médicos residentes e radiologistas assistem a aulas teóricas e técnicas com demonstração de produtos e “hands on” (manipulação) para se familiarizar, de modo prático, com o “passo a passo” dos principais procedimentos endovasculares.

A programação completa do 5º Congresso Sul-Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular e no 3º Simpósio Sul-Brasileiro de Circulação Extracorpórea pode ser conferida no site www.plenariumcongressos.com.br. Informações e inscrições (51) 3311-8969.