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Município de Porto Alegre (RS) registrou o terceiro caso de óbito pela doença na última semana

O registro do terceiro caso de óbito causado pela doença acendeu o sinal de alerta. Pela gravidade do tema a Sociedade Brasileira de Dermatologia - Secção RS (SBD-RS) defende a realização de imediatas ações para combater o mosquito vetor a fim de interromper a cadeia de transmissão da leismaniose e evitar uma epidemia da doença. Além disso, a entidade médica reforça a importância do diagnóstico precoce feito por dermatologistas.

A leishmaniose é uma doença infectoparasitária de evolução crônica, causada por várias espécies de um protozoário do gênero Leishmania. A doença é transmitida pela picada de insetos dos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia. Os mosquitos não alcançam vôos de longa distância e são encontrados no peridomicílio. Cães e pequenos roedores podem ser reservatórios da doença e é possível a contaminação inter-humana, através do inseto-vetor.

- Existem diversas formas clínicas da doença em humanos, porém, são duas que existem no sul do Brasil: a visceral e a tegumentar americana. A visceral inicia com febre, palidez, falta de apetite, perda de peso, diarreia, dor abdominal e aumento de gânglios. Pode ocorrer aumento do baço e/ou do fígado, podendo evoluir para óbito em dias. A leishmaniose tegumentar americana caracteriza-se pelo surgimento de ferida (úlcera) que não cicatriza, no local da picada do inseto (principalmente áreas expostas), cerca de 10 a 90 dias após a inoculação do parasita - explica a médica dermatologista e secretária científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Secção RS, Vanessa Santos Cunha.

No seu estágio inicial, a ferida pode se parecer com um furúnculo. Esta lesão pode desaparecer sozinha e após um período sem sintomas, se disseminar pelo sangue e levar ao surgimento de outras lesões na pele e mucosas.

Desde setembro do ano passado, quando foi registrado o primeiro caso, a Prefeitura de Porto Alegre trata o cenário como de emergência. Os registros ocorreram nos bairros Jardim Carvalho e Morro Santana. A Vigilância em Saúde constatou que os mosquitos adquiriram o protozoário ao picarem cães infectados, e os insetos com a doença acabaram infectando os humanos. Para o secretário municipal da saúde, Erno Harzheim, a situação precária de alguns moradores é preocupante, uma vez que o mosquito se reproduz em meio ao lixo.


Autor: Marcelo Matusiak
Fonte: Play Press

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