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Criadora de método de consultas transculturais com bebês, crianças e famílias migrantes, Marie Rose Moro, da Sociedade Psicanalítica de Paris, compartilha sua experiência em março na SBPRJ

A psicanalista Marie Rose Moro, da Sociedade Psicanalítica de Paris, estará na Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de março para falar sobre a sua experiência com a abordagem transcultural no trabalho com crianças, adolescentes e famílias migrantes vindas da África, da Ásia, do Oriente Médio e de outras regiões. Doutora em medicina e ciências humanas, professora de psiquiatria da criança e do adolescente da Universidade Paris Descartes, chefe do departamento transcultural de medicina e psicopatolopgia do adolescente da Maison de Solenn, Maison des Adolescents do Hospital Cochin (Paris, França), ela criou e é responsável por consultas transculturais para bebês, crianças e adolescentes e suas famílias no Hospital Avicenne (Bobigny) e Hospital Cochin (Paris).

Os encontros com Marie Rose Moro são voltados a profissionais da área de saúde e outros interessados. No dia 6, às 21h, Marie Rose tecerá comentários após a apresentação do filme “Eu sonhei com uma vasta extensão de água” (“J'ai rêvé d'une grande étendue d'eau”), que registra um pouco das consultas terapêuticas com famílias de migrantes realizadas no Hospital Avicenne. Os relatos e os sonhos, como expressão do inconsciente, são abordados. Lugar de invenção, tanto quanto espaço clínico, esse serviço aceitou, pela primeira vez, que uma câmera testemunhasse o trabalho sensível que lá se desenvolve.

No dia 7, às 21h a psicanalista apresentará um caso clínico e abordará questões relativas ao feminino, mulheres migrantes e seus filhos.

Segundo a psicanalista Ana Sabrosa, diretora do Conselho Científico da SBPRJ, que organiza o evento, ouvir da própria Rose Moro mais sobre sua linha de abordagem transcultural será uma experiência enriquecedora. “O tema da diversidade cultural é de grande relevância. Poder pensar a pluralidade de línguas, de representações, nos convoca à complexidade, à transformação, à criação. O fator migratório confere uma ressonância singular à questão da parentalidade, não só por se testemunhar as reorganizações num contexto cultural diferente, mas numa situação subjetiva de uma relativa desestabilização do sujeito. Acreditamos que a partir da experiência dela na França, com o atendimento de migrantes da Ásia, da Arábia Saudita e da África, poderemos também perceber que a carência que ela lá encontra na construção da parentalidade em muito se aproxima da que encontramos, do lado de cá do oceano, no que tange à fragilidade e à descontinuidade, colocando em questão os processos de afiliação e pertencimento”, comenta.

Nascida em 1961 na Espanha, Marie Rose Moro mudou-se com a família para França no ano seguinte. Além das atividades citadas, ela é também diretora da revista transcultural, L'autre e autora de vários livros. Recebeu os títulos da Ordre du Mérite em 2006 e da Légion d'Honneur em 2008. Seus textos podem ser acessados em diversos idiomas, no site www.marierosemoro.fr. A psicanalista tem dois textos publicados em português: “Gravidez, nascimento, primeira infância, violência contra as crianças: por uma prevenção precoce para todos”, na Revista Brasileira de Psicanálise, São Paulo, v. 51, n. 1, p. 177-189- 2017; e “Parentalidade e diversidade cultural”, na Revista Brasileira de Psicanálise, São Paulo, v. 51, n. 2, p. 137-189, 2017.

No dia 6, haverá na sede da SBPRJ, às 20h, o lançamento do livro “Adoção - desafios da contemporaneidade”, da Editora Blucher, que conta com um artigo de Marie Rose Moro. 

Informações sobre inscrições para os encontros com Marie Rose Moro estão no site www.sbprj.org.br e também podem ser obtidas pelos telefones 21 25371115 /25371333 ou por e-mail para tesourariasbprj@sbprj.org.br

A SBPRJ fica na rua David Campista, 80, Humaitá, RJ. 


Autor: Valéria Veríssimo
Fonte: SPS

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