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A finlandesa Anna Tienhaara apresentou pesquisas que demonstram a importância da comunicação e do alinhamento estratégico para desenvolver um plano de trabalho que promova um ambiente com saúde e segurança psicológica para times de alta performance.

O segundo dia do Congregarh Conexão 2018, que acontece no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo (UPF), até o final da tarde de hoje, destacou pela manhã o tema da saúde ocupacional e segurança no trabalho. A finlandesa Anna Tienhaara, psicóloga, consultora do Instituto Finlandês Saúde Ocupacional destacou a importância da comunicação e do alinhamento estratégico nas organizações para que os resultados sejam efetivos e os investimentos em saúde do funcionário sejam efetivamente revertidos em melhores resultados. Entre os fatores de risco psicossocial, Anna elencou a organização do trabalho, a natureza do trabalho e aspectos sociais do ambiente. “Estima-se que o estresse relacionado com o trabalho e outros riscos psicossociais cause metade dos dias de licença médica na Finlândia”, conta Anna Tienhaara.

De acordo com pesquisas apresentadas pela palestrante, os fatores psicológicos que afetam a saúde no ambiente de trabalho estão a falta de clareza de objetivos, demandas de trabalho, controle, treinamento e desenvolvimento, interrupções e obstáculos, responsabilidades e feedback, e valorização. Entre os fatores sociais, Anna destaca o trabalho sozinho ou em equipe, o fluxo de informações, a gestão justa, igualdade, bullying e carga emocional.

Segundo Anna, a conscientização é a chave. “Precisamos conversar mais sobre os fatores psicossociais em nível organizacional, tanto sobre riscos como acerca de recursos”. E complementa: “Muito pode ser feito para prevenir e tratar problemas relacionados a fatores psicossociais no trabalho. Os melhores resultados são objetivos quando as atividades cobram todos os aspectos organizacionais”. De acordo com pesquisa apresentada pela finlandesa, o retorno do investimento na gestão estratégica do bem-estar no trabalho sistematizado por cinco anos pode gerar um retorno do investimento de um para seis euros.

O gerente de gestão e RH da Bruning Tecnometal, Daniel Pôttker apresentou o case da empresa de promoção da saúde. Em três anos de instauração do programa, o nível de engajamento aumentou 34%. A partir de pesquisa, é possível identificar que muito mudou, desde o aumento da autoestima e do humor, até a redução da ansiedade, estresse, o nível de colesterol, diabetes e outras doenças relacionadas. As atividades também ficaram mais fáceis de serem executadas.

Emmanuel Lacerda, gerente executivo de saúde e segurança na indústria do SESI nacional, apresentou estatísticas que fortalecem a relevância da atuação do RH estratégico e envolvido na gestão da saúde e da segurança dos funcionários. A indústria contrata 11 milhões de vidas, o que gera um custo em relação à segurança e acidentes de trabalho de mais de 10 milhões de reais e R$ 11 milhões para a saúde suplementar. “Infelizmente, aumentaram as doenças no ambiente de trabalho e o custo por afastamento cresce a cada ano. Atualmente, o custo com saúde do Brasil é três vezes maior que o resto do mundo”, enfatiza Lacerda. Os reajustes dos planos de saúde, segundo o palestrante, também aumentam três vezes mais que o índice da inflação. “O aumento do custo em saúde no Brasil é 17% maior que a média da América Latina e 11,5% maior que da América do Norte, com 8,6%”, discorreu.

Entre as soluções apresentadas por Emmanuel Lacerda está a utilização de novas tecnologias para tornar a análise de dados e a inovação mais ágeis por meio de dispositivos móveis, plataformas sociais, tendências e inteligência artificial. “Para isso é fundamental empoderar gestores e usuários. E também a qualificação no programa de promoção e prevenção em saúde e segurança”, concluiu.


Autor: Redação
Fonte: Enfato

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