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OpiniĆ£o: Presidente da AMRIGS, Alfredo Floro Cantalice Neto

A decisão anunciada pelos Estados Unidos de alterar uma resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre defesa e promoção do aleitamento materno trouxe muita preocupação. A medida é um atentado ao bom senso e estímulo a amamentação. Inúmeros estudos compravam os benefícios para a saúde do bebê e, no estágio atual, a medida seria um imenso retrocesso diante dos muitos anos de estudos que mostraram as enormes vantagens que o leite materno proporciona. Ao invés disso, acreditamos que é preciso incentivar o aumento da licença-maternidade e licença-paternidade, bem como promover ações que permitam o aumento no número de locais públicos de amamentação.

O tema veio à tona após reunião da Assembleia Mundial da Saúde, promovida pela OMS. Na ocasião, representantes dos Estados Unidos tentaram retirar um item de uma resolução que prevê que os países devem proteger e promover a amamentação. O texto recomenda ainda que os governos coíbam propaganda e campanhas para uso de fórmulas industrializadas em substituição ao leite materno. De acordo com reportagem do jornal The New York Times, a investida seria a favor dos fabricantes de fórmulas infantis. Apesar da ação, os EUA não conseguiram eliminar o trecho do texto final. A recomendação da Organização da Saúde, órgão das Nações Unidas, se baseou em estudos de décadas que comprovaram que o leite materno é o alimento mais saudável para as crianças.

A maioria das mulheres têm condições de produzir o leite para o seu bebê. Estudos recentes mostram que há efeitos a médio e longo prazo. O leite materno previne situações agudas como infecções respiratórias e gastrointestinais. Já existem estudos que mostram uma ação preventiva ao colesterol alto e à obesidade infantil. Não bastasse isso, inúmeras pesquisas mostram benefícios psicológicos e afetivos para o bebê e para mãe. Assim, reforçamos a resolução da OMS de que o aleitamento materno deve ser mantido, exclusivamente, por seis meses, sem dar água ou chá aos bebês, e de forma continuada até dois anos e meio. 


Autor: Alfredo Floro Cantalice Neto
Fonte: Play Press

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