Imprimir
 

Artigo da Psicóloga Débora Farinati

As novas configurações familiares estão ganhando cada vez mais espaço. E a cada ano, cresce de maneira significativa o número de famílias que se constroem com o auxílio da medicina reprodutiva.

A ovodoação, que é a doação de óvulos, é uma alternativa que também tem crescido muito no mundo inteiro. E nesse cenário, nossa maior experiência diz respeito à ovodoação compartilhada, na qual os casais em procedimento de fertilização assistida visando a gravidez se propõem a compartilhar de forma anônima e voluntária, tanto o material biológico (óvulos) quanto os custos do tratamento.

Essa modalidade fundamenta-se na premissa de ajuda recíproca entre casais que estão vivenciando tanto o desejo de filhos quanto a dificuldade para tê-los, o que na maioria das vezes produz sentimentos de empatia recíproca.

Com a relação mãe-bebê durante a gestação cada vez mais valorizada para a ligação com o futuro filho, assim como a visão de que os vínculos afetivos são os fatores determinantes na filiação, muitas doadoras afirmam compreender o sofrimento das mulheres que necessitam de óvulos para terem a oportunidade de serem mães.

É claro que, tanto a doadora quanto o casal receptor precisam ter um espaço de reflexão sobre as implicações emocionais pertinentes a decisão de doar ou de receber óvulos. E nesse ponto, o espaço para falar sobre as emoções envolvidas é de extrema importância, uma vez que um casal que chega para uma doação de gametas, geralmente, já percorreu um longo caminho na espera de um filho biológico.

Mas ao refazer seu projeto e superar o luto decorrente do desejo de gerar um filho portador de suas características, o casal estará preparado para encarar de maneira totalmente aberta as outras possibilidades de formação familiar e vislumbrar na recepção do gameta de um doador a possibilidade de realizar o sonho de serem pais.


Autor: Débora Farinati
Fonte: Camejo

Imprimir