O Rio Grande do Sul marcou presença na COP30 com quatro marcas selecionadas para integrar a Brasil BioMarket, loja criada pelo Sebrae especialmente para a ocasião, para apresentar ao mundo produtos alinhados à bioeconomia, ao design sustentável e à identidade territorial brasileira. A participação reforçou o protagonismo do Estado em ações voltadas à inovação, sustentabilidade e fortalecimento dos pequenos negócios com propósito.
De acordo com Daniela Machado, coordenadora de projetos do Sebrae RS, a curadoria das marcas gaúchas demonstrou como o bioma Pampa, as tradições locais e os recursos naturais do Estado podiam ser traduzidos em produtos de alto valor agregado.
"Foi extremamente inspirador ver nossas marcas representando o Rio Grande do Sul com propostas cheias de identidade, design e responsabilidade ambiental. Elas expressaram criatividade, reaproveitamento e conexão direta com o nosso território", destacou.
Quatro marcas, quatro formas de traduzir o Pampa para o mundo Uma das selecionadas foi a CÓS, marca de moda que atua com upcycle e ressignifica materiais descartados, como tecidos de sombrinhas, para criar peças com forte apelo estético e ambiental.
"A CÓS mostrou que era possível produzir moda sem extrair novos recursos do meio ambiente. A marca uniu inovação e reaproveitamento, reforçando o compromisso com a economia circular", afirmou Daniela.
A fundadora da marca, Marina Anderle Giongo, celebrou a repercussão. "Para nós, foi uma honra estar na COP30. Acreditamos na moda como agente de mudança, e nossos produtos geram conversas e conscientização. Cada peça carrega nossa missão de impacto positivo e valorização do trabalho de mulheres que crescem junto com o projeto. Recebemos imagens de pessoas que procuraram orgulhosamente os produtos da CÓS na Brasil BioMarket, isso nos emocionou."
Além da CÓS, também integraram o grupo gaúcho a Mon julli, marca de chás que traduz os sabores e ingredientes do bioma local; o agrupamento de artesãs do Artesanato em Fibra, que expressava ancestralidade, protagonismo feminino e manejo responsável dos recursos naturais; e a Uberti, referência em moda produzida a partir da lã, um patrimônio cultural e econômico do Rio Grande do Sul, com práticas sustentáveis e uso de matéria-prima renovável.
Bioeconomia como estratégia de futuro
Para o Sebrae RS, a participação na COP30 reforçou que a bioeconomia deixou de ser nicho para se tornar estratégia central de desenvolvimento, especialmente para pequenos negócios.
"Marcas que trazem narrativas territoriais ganham visibilidade e confiança do mercado. Sustentabilidade e economia circular já são fatores decisivos de compra para o consumidor final. Trabalhar esses valores tornou-se obrigatório para quem queria se diferenciar", analisou Daniela.
A primeira semana do evento gerou conexões estratégicas com potenciais compradores, parceiros nacionais e internacionais, além de diálogos sobre exportação artesanal, colaborações em design e abertura de novos canais de venda.
"Existe uma demanda real por soluções e produtos do nosso bioma. Foi gratificante ver as empresárias percebendo isso", completou.
Rio Grande do Sul como protagonista na COP30
Com produtos que unem propósito, sustentabilidade e identidade territorial, as marcas retornaram ao Estado mais preparadas e conectadas.
"Essas empresas foram verdadeiras embaixadoras do Pampa. Mostraram ao mundo a potência criativa e sustentável do Rio Grande do Sul. O Estado ganhou visibilidade e se posicionou como protagonista em inovação e sustentabilidade", finalizou Daniela.