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Ginecologistas franceses querem tentar provar a existência do ponto G feminino, contrariamente às conclusões de um recente estudo britânico

No início de janeiro, pesquisadores do King's College, de Londres, divulgaram uma pesquisa afirmando que a suposta zona erógena feminina, que provocaria elevados níveis de excitação sexual e orgasmos quando estimulada, mais conhecida como ponto G, não existe.

Os cientistas britânicos analisaram mais de 1,8 mil mulheres e concluíram que o ponto G seria fruto da imaginação das mulheres.

Mas especialistas franceses pretendem contra-atacar os pesquisadores britânicos na conferência em Paris.

Para os médicos franceses, o estudo britânico "é uma abordagem totalitária da sexualidade feminina".

"O estudo do King's College mostra falta de respeito em relação ao que as mulheres dizem", afirma o cirurgião francês Pierre Foldès, co-autor de uma técnica para reparar os danos causados por excisões do clitóris.

"As conclusões estão completamente erradas porque foram baseadas somente em observações de ordem genética. É evidente que existem variabilidades na sexualidade feminina", diz Foldès.

Falsos pressupostos

Segundo ele, o estudo britânico se baseou na ideia de que todos os pontos G seriam similares, o que estaria errado na sua avaliação.

"Se uma paciente me perguntar onde está seu ponto G, eu mostro. Qualquer que seja a maneira como chamamos essa zona sensível, G, M ou B, podemos estar certos de sua existência", diz o ginecologista Sylvain Mimoun, organizador da conferência em Paris.

De acordo com o médico francês, o ponto G estaria situado a uma distância de cerca de três centímetros da entrada da vagina.

Segundo ele, a pesquisa britânica foi iniciada a partir de falsos pressupostos.

"Existem três ideias falsas sobre o ponto G: pensar que ele está situado na mesma área em cada mulher, que ele teria o tamanho de uma moeda de 50 centavos e que ele sempre permite ter um orgasmo", diz o ginecologista.

Mimoun afirma que o ponto G é uma área que responde a um estímulo. De acordo com o especialista, não se trata de uma questão genética, mas sim de funcionalidade.

"Se uma mulher conhece intimamente sua vagina, ela pode descobrir coisas, incluindo a zona do ponto G. Se ela nunca é tocada, nunca acontecerá nada", diz ele.

Para os especialistas franceses, o ponto G seria uma área que as mulheres aprendem a conhecer no decorrer de suas experiências sexuais.

Segundo Mimoun, "é possível que todas as mulheres tenham um ponto G, mas apenas um terço delas conhece sua existência".

O ponto G foi identificado pela primeira vez em 1950 pelo médico alemão Ernst Gräfenberg.


Autor: Daniela Fernandes
Fonte: BBC

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