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O Ministério da Saúde esclareceu que apenas quem trabalha no atendimento a doentes ou a pessoas com suspeita de contágio do vírus H1N1 receberão a vacina gratuitamente

O início da campanha de vacinação contra a gripe A revelou que mesmo entre trabalhadores da saúde ainda havia dúvidas sobre quem pode ser imunizado na rede pública.

Na primeira etapa da campanha, aberta ontem em todo o país, profissionais de áreas médicas não contempladas no calendário montado pelo governo federal foram atrás das doses e se frustraram. A vacina, reforçou o Ministério da Saúde, é destinada apenas a quem trabalha na linha de frente de combate à epidemia.

Como as 113 milhões de doses adquiridas são insuficientes para atender a todos os brasileiros, a imunização foi limitada às populações mais vulneráveis e a grupos estratégicos. A primeira etapa, que vai até 19 de março, é destinada a 566 mil indígenas e a 1,9 milhões de trabalhadores de serviços de saúde. Depois, conforme um cronograma que se estende até maio, seguem-se grupos de risco como gestantes, crianças com menos de dois anos e portadores de doenças crônicas.

Entre os profissionais de saúde que tentaram se imunizar e não levaram esteve uma oftalmologista de 31 anos de Caxias do Sul. Ela procurou uma unidade de saúde ontem pela manhã, identificou-se como médica e foi informada de que apenas os funcionários seriam imunizados.

– Havia um senhor na minha frente que se identificou como dentista e também não pôde se vacinar. Como ficam os outros profissionais? Fiquei decepcionada, porque atendo cerca de 30 pacientes por dia. Só fiquei mais tranquila porque estou grávida e vou receber a vacina – contou.

Doentes não precisam comprovar condição

A gerente da Vigilância Epidemiológica de Caxias, Maria Ignez Bertelli, observou que os profissionais que podem ser vacinados na primeira etapa são apenas aqueles que atuam na atenção básica, nos serviços de média e alta complexidade e os que atuam na vigilância epidemiológica:

– Esses profissionais têm prioridade porque trabalharão diretamente no tratamento aos pacientes doentes ou com suspeita de contágio pela gripe A. Os que trabalham em consultórios privados e não atenderão diretamente casos da doença podem procurar a vacina na rede privada e seguir as orientações de higienização.

Mesmo não existindo vacina para todos, não será exigido que doentes crônicos e gestantes – incluídos no calendário – comprovem a sua condição. Vai valer a palavra.

– Estamos deixando para a consciência de cada um – afirma Marilina Bercini, chefe da divisão de vigilância epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde.

Com 5 milhões de doses fornecidas pelo Ministério, o Rio Grande do Sul imunizará pouco menos da metade da sua população.


Autor: Itamar Melo
Fonte: Zero Hora

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