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Contando com apoio do Sindihospa, evento foi promovido pela Academia Gaúcha de Osteointegração (AGO)

Na última sexta (15 de outubro), ocorreu o 3º Simpósio Sul-Riograndense de Implantes Osteointegrados. O evento, que contou com apoio do Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa), foi promovido pela Academia Gaúcha de Osteointegração (AGO).

O Simpósio apresentou como objetivo discutir dois temas controversos na área da Implantodontia (implantes dentários): o uso das proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs) e da ação dos bifosforatos. As BMPs são proteínas que apresentam poder de produção de tecido ósseo, sendo um avanço na Implantodontia no sentido de que podem ser utilizadas associadas com implantes para uma produção de tecido ósseo, podendo vir a substituir com maior segurança os enxertos autógenos, já que estes podem causar desconfortos ao paciente, além de uma maior morbidade.

Dentro dessa temática, Dr. Peter Moy, Presidente da Academia Norte-Americana de Osteointegração e cirurgião buco-maxilo-facial da UCLA, Estados Unidos, uma das maiores autoridades no assunto, abordou o tema da utilização das BMPs em cirurgia crânio-maxilo-facial. Segundo o palestrante, a descoberta das BMPs e o subsequente desenvolvimento de produtos comercialmente disponíveis vêm possibilitando a substituição das técnicas tradicionais de enxerto ósseo. Várias pesquisas tem sido desenvolvidas no sentido de determinar a segurança e a eficácia do uso dessas substâncias para a regeneração óssea esquelética facial. “O uso das BMPs poderá mudar a forma como a Odontologia é praticada devido a sua capacidade de promover a osteogênese, ou seja, a formação óssea”.

Já os bifosforatos são medicações usadas, em geral, por pacientes com câncer ou osteoporose, mas que podem ocasionar osteomielite mandibular, um tipo de infecção, quando o paciente necessita realizar alguma intervenção odontológica. Segundo Dr. Gilson Brandão, Coordenador do Simpósio AGO e Sobracid, a possibilidade desse tipo de medicação ocasionar a osteomielite mandibular, no advento de um tratamento odontológico, ainda é desconhecida pela população e faltam protocolos de tratamento específicos para essa questão. Aspecto que motivou com que o tema fosse discutido durante o Simpósio (ouça a entrevista com o Dr. Brandão, no ícone abaixo).

 

 

 

Aprofundando essa questão, dentre outros palestrantes, o Diretor da CliniOnco Dr. Jeferson Vinholes, tratando do tema das indicações de ordem médica dos biofosfonatos, enfatizou que a maioria das pesquisas realizadas com essa modalidade de medicação acompanhou os pacientes em torno de dois anos, não evidenciando os efeitos colaterais advindos do uso em longo prazo. No entanto, na prática clínica, existem pacientes que vem utilizando essas substâncias com um uso contínuo por anos, o que parece ser um aspecto que pode desencadear efeitos colaterais mais pronunciados.

Dr. Jeferson também levantou outras possibilidades que podem estar contribuindo com o aparecimento dos efeitos colaterais mais significativos: o uso intravenoso, ao invés do oral, necessário para alguns tipos de pacientes; e a frequência do uso, pois, em casos em que essas substância são necessárias apenas semestralmente, os efeitos colaterais são reduzidos. Além disso, o palestrante comentou que a maioria dos pacientes, quando chega a ser atendida na esfera odontológica, já apresenta um grau mais severo de osteomielite mandibular.

Assim, conforme pontuou Dr. Brandão, é necessário que a população possa receber mais informações a respeito dos efeitos adversos que o uso contínuo dos biofosfonatos pode ocasionar na esfera odontológica, até para que as pessoas possam estar cientes da necessidade de ações preventivas. Pois, conforme trouxe Dr. Jeferson, apenas as profilaxias rotineiras nessa área podem reduzir em torno de 30% da incidência da osteomielite mandibular.


Autor: SIS.Saúde
Fonte: 3º Simpósio Sul-Riograndense de Implantes Osteointegrados

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