A gestão e o adequado descarte de resíduos produzidos por hospitais, clínicas e laboratórios tem sido foco de debates nacionais, em razão de flagrantes violações das políticas que preveem tratamento especial para este tipo de rejeito. O Laboratório Sabin, com sede em Brasília, conquistou uma vitória em termos de sustentabilidade nesse quesito ao desenvolver uma tecnologia, aplicada no próprio laboratório, de tratamento dos efluentes dos equipamentos, antes de lançá-los à rede de esgoto.
Para isso, a empresa investiu na formação profissional de seu gerente de Sustentabilidade, Dr. Antônio Leitão, resultando no desenvolvimento de uma metodologia própria “de tratamento dos efluentes por processo oxidativo e uma série de controles e monitoramentos ambientais permitindo que o esgoto do laboratório seja lançado na rede sem causar danos ambientais”, explica o gestor.
O diferencial do processo está na transformação dos resíduos poluentes em inertes, ainda no laboratório. Além da autonomia na gestão, ganha-se em custos, já que o serviço terceirizado demandaria entre R$ 60 mil e R$ 80 mil. Com a tecnologia própria, os custos não ultrapassam os R$ 20 mil, uma expressiva economia de 25%.
Segundo Leitão, “os resíduos sólidos, potencialmente infectantes e perfuro-cortantes são transportados e tratados por empresa qualificada em um processo térmico de pirólise (incineração sob pressão com lavagem de gases e reincineração) e com os devidos monitoramentos ambientais”.
Preocupação com sustentabilidade valeu certificação ISO
Como reflexo desses esforços, o Sabin conquistou, em novembro passado, a certificação ISO 14001, norma internacional que define as diretrizes de um sistema de gestão ambiental efetivo e atesta as práticas de responsabilidade ambiental de empresas certificadas. Para isso, o laboratório levantou todos os aspectos e impactos ambientais de seus processos e, assim, delineou as ações de gestão ambiental e o processo de certificação.
Com investimento de aproximadamente 10% do faturamento total em práticas sustentáveis, o laboratório ainda adotou outras práticas ambientais proativas como monitoramento do consumo de água e energia elétrica, troca de monitores CRT por monitores de LCD e substituição de papel comum por papel reciclado na liberação de laudos.
Sabendo que a efetividade dos novos padrões ambientais implantados depende de mudança de atitudes, o Sabin adotou uma política de treinamento e educação continuada dos colaboradores. "Você capacita seus colaboradores para serem multiplicadores em suas residências e comunidades. Precisamos enxergar o mundo lá à frente. É um impacto social e econômico", ressalta a sócia-diretora do Sabin, Sandra Costa.
A satisfação dos clientes, cada vez mais atentos às questões ambientais, e a adequação da empresa aos padrões atuais de sustentabilidade são metas comemoradas pelo Sabin. Entretanto, a natureza é a maior beneficiada com as ações inovadoras. “Fazendo um tratamento prévio, estamos evitando uma degradação ambiental que a gente nem tem ideia do tamanho", avalia Leitão.